segunda-feira, 30 de julho de 2012


A mulher do contraventor Carlos Cachoeira, Andressa Mendonça, foi levada para prestar depoimento à Polícia Federal (PF), em Goiânia, na manhã desta segunda-feira (30), acusada pelo juiz federal e responsável pelo processo da Operação Monte Carlo, Alderico Rocha Santos, de tentar suborná-lo. A Operação Monte Carlo resultou na prisão de Cachoeira e mais de 60 pessoas acusadas de envolvimento em organização criminosa. 
De acordo com a decisão do juiz federal Mark Yshida Brandão, publicada na página da Justiça Federal goiana, Santos afirmou que Andressa Mendonça “noticiou a existência de um dossiê contendo informações desfavoráveis a ele, que seria publicado pelo repórter Policarpo na revista Veja, mas que ela poderia evitar a publicação. Para tal, bastaria que o juiz federal concedesse liberdade ao réu Carlos Augusto de Almeida Ramos e o absolvesse das acusações ofertadas pelo Ministério Público”.
Segundo relato do juiz federal Santos ao portal G1, Andressa Mendonça disse que o dossiê foi feito a pedido de Cachoeira pelo jornalista da revista Veja, Policarpo Júnior. Ela ainda teria escrito em um pedaço de papel os nomes do ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), que teve o mandato cassado em setembro de 2009 por suspeita de abuso de poder político nas eleições de 2006; um fazendeiro da região do Tocantins e Pará, conhecido como Maranhense; e Luiz, que seria um amigo de infância do juiz e supostamente responderia a processo por trabalho escravo. Em seguida, Mendonça teria perguntado se o juiz os conhecia e afirmado que o jornalista tinha fotos do magistrado com essas três pessoas.
Após recusar o suborno e dizer que não tinha nada a temer, o juiz Alderico Rocha Santos afirmou que guardou o pedaço de papel com os três nomes e solicitou as imagens que mostram a entrada e saída de Andressa Mendonça do prédio da Justiça Federal. Estes materiais foram enviados ao Ministério Público. 
Na manhã desta segunda-feira, Mendonça foi ouvida na Delegacia da Superintendência da Polícia Federal de Goiânia e saiu sem falar com a imprensa. Ela terá três dias para pagar uma fiança estipulada em R$ 100 mil e está impedida de entrar em contato com qualquer um dos investigados pela Operação Monte Carlo. Caso contrário, terá a prisão preventiva decretada. De acordo com nota da PF, a suposta conduta de Mendonça está prevista no artigo nº 333 do Código Penal, que trata de corrupção ativa e prevê de dois a 12 anos de prisão, além de multa.

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