sexta-feira, 3 de agosto de 2012


O processo que nos conduzirá a essa posição está em curso e, inegavelmente, é fruto de iniciativas de planejamento e de projetos capazes de induzir o nosso desenvolvimento, empreendidos a partir do governo Lula, e que tem como sustentação o crescimento econômico com inclusão social. Nos últimos anos, graças às políticas centradas na retomada dos investimentos do setor público, na geração de empregos, no fortalecimento do mercado interno, na distribuição de renda e na redução das desigualdades sociais, o Brasil reencontrou o caminho do desenvolvimento.
A reafirmação dos interesses nacionais e a prática de uma política externa independente também têm sido marcas distintivas desse novo momento que vivemos. As alianças realizadas para além do hemisfério, a fim de expandir nossa influência no âmbito internacional, a liderança no processo de fortalecimento do Mercosul e da integração da América do Sul, a ampliação de relações comerciais com a África no eixo Sul-Sul e de parcerias estratégicas com potências emergentes como a China, a Índia e a Rússia reduziram o desequilíbrio nas relações com as grandes potências e nos conferiram maior poder de negociação.
Estamos superando ainda um sentimento de baixa autoestima de país atrasado e submetido aos interesses dos países ricos. Hoje, somos uma nação soberana, respeitada e cobiçada pelo mundo como parceira estratégica. Nos últimos dez anos, também obtivemos conquistassignificativas na área ambiental, como a redução do desmatamento e a consolidação de uma matriz energética predominantemente limpa, que se soma à nossa rica biodiversidade e grandes reservas de água e florestas — somos, afinal, uma potência ambiental.
Com a exploração na camada do pré-sal, segundo projeções do governo, em 20 anos, teremos uma das cinco grandes reservas do planeta — uma riqueza que poderá prover os recursos necessários para que façamos a transição a uma economia sustentável.
Contudo, não é possível estarmos dentre as cinco maiores economias sem que tenhamos condições de competir em pé de igualdade com os demais países emergentes e países desenvolvidos. Para isso, é preciso intensificar os esforços a fim de fortalecer o setor produtivo nacional e direcionar mais investimentos para setores fundamentais como tecnologia, educação e inovação. Precisamos produzir mais e superar os gargalos nas áreas de serviço, mão de obra, infraestrutura e insumos básicos, realizando as reformas de que o país precisa. Há muito trabalho pela frente, sem dúvida. Mas caminhamos a passos largos para que o Brasil, num futuro próximo, seja um país melhor e mais justo, digno de receber o título de quinta economia do mundo.
*José Dirceu, advogado, foi ministro da Casa Civil e é membro do Diretório Nacional do PT.

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