Por Rosilene Moraes de Castro, do Jornal do Brasil.
Copa do Mundo 2014 e Olimpíada 2016.
O Brasil vive um momento de expectativas, pois será o
anfitrião de grandes acontecimentos como a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada
em 2016. Muitos aspectos positivos vêm junto com eles. O Brasil estará no
centro das atenções do mundo, ao mesmo tempo que abrirá portas para mais
investimentos no país, trará mais empregos, mais turismo, devendo então as
autoridades estar mais preocupadas com a segurança... Mas será que temos
infraestrutura adequada para suprir as necessidades de eventos desse porte?
Esse é o problema que vamos enfrentar, pois, além de
construir e reformar estádios, o governo deverá desembolsar milhões em
infraestrutura básica no país. Um exemplo é a situação caótica nos aeroportos.
A Infraero deverá investir no aumento da capacidade, no conforto e na segurança
dos milhares de turistas esperados.
Outra questão a ser resolvida refere-se ao saneamento, que
muitos locais ainda não possuem. E não se esqueça a falta de drenagem das águas
pluviais, que frequentemente causam transtorno na cidade com as enchentes. Além
da drenagem da água da chuva, o sucesso no combate às enxurradas depende da
conscientização da população no descarte do lixo, que geralmente é jogado em
qualquer lugar, entupindo bueiros pela cidade e poluindo rios.
O governo deve aproveitar o momento desses eventos e
eliminar de vez a poluição da Baía de Guanabara, programa que já vem há muito
tempo, apesar de já ter consumido muita verba, e ainda não teve solução. O
trânsito complicado nas péssimas vias públicas é outro problema a ser
enfrentado, horas de engarrafamentos em pequenos deslocamentos são frequentes
em nossas grandes cidades. O transporte público em condições precárias é outra
questão que merece atenção — superlotação nos trens e metrôs é um fator fundamental
a ser resolvido.
A segurança pública deve ser permanente, não somente durante
os eventos, como aconteceu nos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, em 2007,
quando o Exército ocupou as ruas, e tivemos duas semanas de paz. Isso mostra
que, quando se quer, as autoridades podem e sabem fazer. O problema deve ser
enfrentado e resolvido de maneira constante, e não momentânea. Como podemos
ver, temos muitos problemas para serem solucionados. Tudo deve girar em torno
de um planejamento sério, cuidadoso e organizado, respeitando prazos, projetos,
especificações dos serviços e materiais, respeitando o orçamento rigorosamente.
Todo esse desenvolvimento social é possível, desde que haja
vontade política, para que as mudanças positivas permaneçam após 2016. No Brasil,
falta essa vontade, o que impede a tão desejada transformação social. Um
exemplo disso está no fato de a maioria das obras previstas estar em atrasos ou
sequer tenha começado, o que representa um descaso absoluto das autoridades com
os prazos. Muitos projetos ainda não saíram do papel mostrando total
incompetência e desorganização. Para que aconteçam as mudanças para recebermos
com louvor os grandes eventos devemos fiscalizar, identificar e denunciar as
tentativas de fraudes.
Devemos também cobrar prazos, interagir com a mídia,
pressionando todas as esferas do governo e mostrando que nós, cidadãos, estamos
atentos, de olho nos desdobramentos da organização desses acontecimentos.
Organizar a Copa e a Olimpíada é um desafio para todos os brasileiros. Só assim
poderemos nos beneficiar com os investimentos realizados. Devemos vestir a
camisa brasileira, e fazer o melhor agora.
Devemos nos unir, cidadãos e
autoridades, em prol das melhorias no nosso país, pois o principal resultado da
Copa e da Olimpíada será o legado deixado por esses eventos, e os maiores
beneficiados seremos nós mesmos.
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