Por Carlos Chagas
Não há porque criticar o presidente Lula pelo seu ufanismo na fala de fim de ano. Teve direito, apesar dos exageros. E completou dizendo que, se fez muito, muito mais é preciso fazer.
Voltam-se para Dilma Rousseff as atenções gerais. Ela continua devendo um programa de governo, além da promessa de erradicar a pobreza. Há razões para a presidente eleita haver mantido silêncio até agora: evitar definições capazes de desagradar o seu mentor ou pelo menos distintas e diversas das realizações dos últimos oito anos. A lealdade e o bom-senso indicam que deva aguardar o dia da posse ou os seguintes para então começar a expor suas prioridades e objetivos.
Por tudo isso o país continua cheio de dúvidas. A política externa continuará plena de desafios verbais aos Estados Unidos e de elogios a regimes no mínimo estranhos à ortodoxia democrática? Irá insistir na desgastante fantasia de ver o Brasil tomar assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas? Ampliará o reequipamento das Forças Armadas com vistas à garantia do pré-sal situado em águas não territoriais brasileiras? Permanecerá imaginando nossa influência demasiada na crise do Oriente Médio? Que tipo de relacionamento manterá com Hugo Chavez, Evo Morales e penduricalhos? Visitará Cuba, ao longo de seu mandato?
Em termos de política interna, ousará liderar a reforma política? Terá abandonado a esdrúxula proposta de uma Constituinte exclusiva para votar o financiamento público das campanhas eleitorais, o voto em listas partidárias, a diminuição do número de partidos e outras sugestões sempre referidas mas jamais concretizadas?
Delegará a Michel Temer o relacionamento detalhado com o Congresso e os partidos? Dará participação ao vice-presidente nas definições maiores de governo? Manterá que tipo de diálogo com os presidentes da Câmara e do Senado? Privilegiará o PT como interlocutor maior nas questões políticas?
Diante dos governadores, conseguirá administrar a necessidade de isenção para com os pertencentes a partidos de oposição?
Na economia nem se fala. Qual o limite entre a óbvia intenção de conter os gastos públicos e a importância de continuar as obras do PAC e outras? Como reduzir os juros a 2% e evitar o retorno da inflação? Permaneceremos importando mais do que exportamos? E na pauta das exportações, será conveniente sustentar o ritmo cada vez maior de matérias primas?
Mil outras questões prendem a curiosidade nacional, da estratégia para contar o crescimento da violência e do crime organizado até a postura a ser adotada diante dos criminosos de colarinho branco. A política energética precisa de maior atenção à produção e utilização do etanol? Teremos mais usinas nucleares ?
No campo das relações sociais, aceitará botar na cabeça o boné do MST? Dará um passo a diante nas conquistas trabalhistas dilapidadas pelo passado governo Fernando Henrique, admitindo a participação dos empregados no lucro das empresas? Conseguirá desafogar as folhas de pagamento nas despesas do empresariado sem causar dano aos assalariados? Permanecerá imaginando que a Previdência Social dá prejuízo, sem fazer conta de que o governo deve funcionar como um sistema de vasos comunicantes?
Educação, saúde pública, apoio à pesquisa científica, preparação para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, limitação das quase 300 mil ONGs, boa parte delas fajutas, defesa da Amazônia, recuperação do Mercosul e quanta coisa a mais estão exigindo definições? É bom lembrar que em fevereiro, quando da reabertura dos trabalhos parlamentares, inaugura-se uma nova Legislatura, devendo ser esperada a primeira mensagem do governo Dilma ao Congresso. Já estará a sua assessoria tratando do texto?
Voltam-se para Dilma Rousseff as atenções gerais. Ela continua devendo um programa de governo, além da promessa de erradicar a pobreza. Há razões para a presidente eleita haver mantido silêncio até agora: evitar definições capazes de desagradar o seu mentor ou pelo menos distintas e diversas das realizações dos últimos oito anos. A lealdade e o bom-senso indicam que deva aguardar o dia da posse ou os seguintes para então começar a expor suas prioridades e objetivos.
Por tudo isso o país continua cheio de dúvidas. A política externa continuará plena de desafios verbais aos Estados Unidos e de elogios a regimes no mínimo estranhos à ortodoxia democrática? Irá insistir na desgastante fantasia de ver o Brasil tomar assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas? Ampliará o reequipamento das Forças Armadas com vistas à garantia do pré-sal situado em águas não territoriais brasileiras? Permanecerá imaginando nossa influência demasiada na crise do Oriente Médio? Que tipo de relacionamento manterá com Hugo Chavez, Evo Morales e penduricalhos? Visitará Cuba, ao longo de seu mandato?
Em termos de política interna, ousará liderar a reforma política? Terá abandonado a esdrúxula proposta de uma Constituinte exclusiva para votar o financiamento público das campanhas eleitorais, o voto em listas partidárias, a diminuição do número de partidos e outras sugestões sempre referidas mas jamais concretizadas?
Delegará a Michel Temer o relacionamento detalhado com o Congresso e os partidos? Dará participação ao vice-presidente nas definições maiores de governo? Manterá que tipo de diálogo com os presidentes da Câmara e do Senado? Privilegiará o PT como interlocutor maior nas questões políticas?
Diante dos governadores, conseguirá administrar a necessidade de isenção para com os pertencentes a partidos de oposição?
Na economia nem se fala. Qual o limite entre a óbvia intenção de conter os gastos públicos e a importância de continuar as obras do PAC e outras? Como reduzir os juros a 2% e evitar o retorno da inflação? Permaneceremos importando mais do que exportamos? E na pauta das exportações, será conveniente sustentar o ritmo cada vez maior de matérias primas?
Mil outras questões prendem a curiosidade nacional, da estratégia para contar o crescimento da violência e do crime organizado até a postura a ser adotada diante dos criminosos de colarinho branco. A política energética precisa de maior atenção à produção e utilização do etanol? Teremos mais usinas nucleares ?
No campo das relações sociais, aceitará botar na cabeça o boné do MST? Dará um passo a diante nas conquistas trabalhistas dilapidadas pelo passado governo Fernando Henrique, admitindo a participação dos empregados no lucro das empresas? Conseguirá desafogar as folhas de pagamento nas despesas do empresariado sem causar dano aos assalariados? Permanecerá imaginando que a Previdência Social dá prejuízo, sem fazer conta de que o governo deve funcionar como um sistema de vasos comunicantes?
Educação, saúde pública, apoio à pesquisa científica, preparação para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, limitação das quase 300 mil ONGs, boa parte delas fajutas, defesa da Amazônia, recuperação do Mercosul e quanta coisa a mais estão exigindo definições? É bom lembrar que em fevereiro, quando da reabertura dos trabalhos parlamentares, inaugura-se uma nova Legislatura, devendo ser esperada a primeira mensagem do governo Dilma ao Congresso. Já estará a sua assessoria tratando do texto?
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