SALVAR OS DEDOS
Mubarak tenta um auto-golpe com a entrega do poder diretamente à cúpula militar do Egito. Por essa fórmula, o Exército comandaria o país até as eleições de setembro, ganhando tempo para que se faça uma transição sem rupturas, sobretudo em relação ao poder regional, moeda de troca preciosa do regime diante do grande avalista das ditaduras 'amigas' no Oriente Médio, os EUA de Bush a Obama. Resta saber se a solução clássica de entregar os anéis, encorajada sempre pelos interesses que gravitam em torno dos regimes falidos, terá poder de comando sobre as tropas. Há notícias de confraternização entre soldados e manifestantes em algumas cidades e de adesão de tropas às manifestações em outras. Não se sabe, porém, exatamente a extensão da lealdade ou da trinca aberta entre a ditadura e a sua base armada nas últimas horas. O fato é que o Exército foi para as ruas e aviões de caça sobrevoam manifestações no centro do Cairo. (Carta Maior, Domingo, 30/01/2011)
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