sábado, 18 de fevereiro de 2012

O GALO S.A

Por Angela Fernanda Belfort, do Jornal do Commercio
Um dos símbolos de nosso Carnaval opera como qualquer empresa, gerando empregos e estimulando a economia. Neste ano, captou R$ 3,5 milhões em investimentos.
Alimentado pela folia, existe um negócio que cresceu 10% neste Carnaval. É o Clube de Máscaras Galo da Madrugada que ao sair já terá captado um investimento de R$ 3,5 milhões. Trata-se de um dinheiro investido principalmente por patrocinadores, mas também por vendas de camarotes, camisas entre outros produtos com a marca Galo da Madrugada.
Sinônimo do início do reinado de Momo, o Galo tem CNPJ, funcionários que trabalham o ano inteiro e é responsável por uma movimentação grande de pequenas empresas e autônomos que perceberam que a festa também faz a economia girar.“Como negócio, o Galo vem, sistematicamente, aumentando há pelo menos quatro anos”, comenta o presidente da agremiação, Rômulo Meneses, um dos seus fundadores. O crescimento resultou na vinda de trios elétricos de Alagoas, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte para desfilar no maior bloco do mundo, que vendeu este ano 30 mil camisas oficiais e vai contar com 25 trios.
Rômulo não revela o lucro da agremiação e o quanto cada patrocinador banca. A agremiação tem mais de 15 patrocinadores e alguns são classificados como masters: a Ambev, o supermercado Extra, Bradesco, Pitú, Riachuelo, Lacta, Vitarella, entre outros. Além de aportarem recursos próprios, algumas dessas grandes empresas utilizam a Lei Rouanet – um mecanismo de isenção fiscal que permite o aporte de recursos que seriam pagos ao Imposto de Renda em eventos culturais.
Do total bancado por patrocinadores, R$ 1,075 milhão sai dos cofres públicos. Este ano, o Estado fez um aporte de R$ 675 mil. A Prefeitura do Recife destinou R$ 400 mil. “O Galo dá um retorno de empregos, impostos e de mídia espontânea para o Estado, divulgando a imagem de Pernambuco”, justifica o secretario estadual de Turismo, Alberto Feitosa.
O Galo também mantem uma escolinha de música no Bairro de São José, onde estão matriculados 43 jovens que aprendem a tocar instrumentos musicais, como trombone, trompete, saxofone, teclado, percussão, violão e teclado, entre outros. A agremiação banca o salário de quatro professores de música e do maestro Lima Neto, que é o coordenador da escolinha. “É um trabalho de responsabilidade social”, atesta Rômulo.
O único lucro revelado por ele é o gerado com a venda das camisas, que será de R$ 150 mil. “Fazemos convênios com o Extra e o Bompreço para a venda de camisas”, conta Rômulo. O Galo é “superavitário”. No entanto, nem tudo que capta é gasto no Carnaval. “Temos que fazer uma programação financeira bem feita para bancar, durante todo o ano, os serviços de manutenção da sede, os funcionários, os investimentos e eventos que ocorrem ao longo do ano”, conta Meneses. Ou seja, um dos maiores símbolos de nosso Carnaval funciona como uma autêntica empresa.

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