quarta-feira, 28 de março de 2012

FLEXIBILIZAR OU FUGIR PARA A FRENTE?

Por Carlos Chagas.
Na entrevista concedida à Veja do fim  de semana, a presidente Dilma negou a existência de crise com o Congresso e admitiu derrotas em  projetos do interesse do governo como normais nos regimes democráticos. Pode ter preparado uma armadilha para os setores fisiológicos de sua base parlamentar, ou seja, mostra-se disposta a aceitar a rejeição de alguns de seus objetivos parlamentares,  mas, no reverso da  medalha,  não admite ceder ministérios, nomeações, liberação  de  verbas e outras exigências dos partidos que não integrem seus planos de governo.                                                         
Trata-se de uma tática destinada a enfraquecer os  dissidentes, mas em termos de estratégia não conseguirá ir muito adiante. 
Afinal, Dilma precisa dos partidos para manter a óbvia perspectiva de sua reeleição, em 2014. Porque os primeiros sinais da ameaça de diáspora  são detectados no Congresso. Sem as benesses, os favores e até as sinecuras pleiteadas pelos partidos, o palácio do Planalto correrá o risco de ver desfeita a  aliança que  conduziu Dilma  ao poder em 2010.   
Dificilmente PMDB, PP, PTB, PDT, PR e outros terão candidatos capazes de enfrenta-la nas urnas. Ao PSB, mesmo sendo exceção com o governador de Pernambuco, faltará oxigênio. 
Assim, a revanche da base parlamentar oficial terá nome e número no catálogo telefônico: chama-se Aécio Neves.                                                         
Sozinho, ou acompanhado de forças insignificantes, o PT precisará de um  milagre para sustentar a candidatura da presidente da República  à reeleição.  
Ainda que  com a presença do Lula na campanha, sem um  arcabouço partidário amplo,  o mínimo a prever são problemas de difícil solução. Num universo  menor, é o que vai acontecendo com   a campanha de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo.                                                         
De qualquer forma,  mesmo. . .

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