Por Carlos Chagas
Digna de registro a entrevista do Lula à Folha de S. Paulo, ontem. Com todas as letras, ele rejeitou a hipótese de candidatar-se à presidência da República em 2014. Assim como, também, em 2018 e 2022. Enfatizou que a presidente Dilma só não disputará a reeleição se não quiser.
Pronto para ajudar ele está, no governo e na reeleição da sucessora, como já fez e mais fará pela vitória de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo. Voltar ao palácio do Planalto, nem pensar.
Está na hora, assim, de o PT integrar-se mais no governo e, em vez de criar problemas, passar a dar suporte à presidente Dilma. Claro, só depois dela sinalizar que aceitará o encargo de concorrer novamente. Sem uma palavra óbvia, ficará a dúvida. Para os que raciocinam ser ainda muito cedo para a abertura do processo, vai a lembrança da milenar lição árabe, sobre beber água limpa quem chega primeiro na fonte.
Existem, no PT, grupos que gostariam senão de turvar a água, ao menos de bebê-la impura. Ressentem-se da pouca atenção que Dilma concede ao partido, ou melhor, da resistência da presidente em governar em condomínio com eles. Nos tempos do Lula era diferente, mera questão de características pessoais. O risco de uma surpresa na próxima sucessão existirá caso os companheiros, por unanimidade, não se disponham a acatar esse novo mandamento do ex-presidente. Um núcleo de campanha precisa ser criado ainda este ano, capaz de montar novo sistema de alianças partidárias e de avançar em colégios eleitorais onde as oposições tem prevalência, como São Paulo e Minas.
Em suma, não é cedo coisa nenhuma...
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