sábado, 10 de março de 2012

MERCADOS FESTEJAM O FUNERAL DE UMA NAÇÃO

Mercados e bolsas  festejam o acordo entre a Grécia e bancos credores, que concederam ao país um desconto médio de 50%, em troca de garantias e reformas que dão solvência ao passivo restante. Há razões para a banca comemorar: a adesão dos bancos ao desconto representa, no fundo, o oposto do que transparece e se alardeia. Trata-se de uma gigantesca transfusão --talvez a mais radical desde o Tratado de Versalhes-- do sangue de um povo a credores e apetites  pantagruélicos assemelhados. A derrota superlativa da democracia grega torna-se o símbolo da supremacia ortodoxa na crise do euro. Ela marcará a história do país por décadas; provavelmente destruirá seu sistema representativo: as eleições parlamentares de abril podem ser a espoleta dessa bancarrota. Compare-se com o que fez a Argentina de Kirchner há nove anos para se ter a medida da regressividade acatada por Atenas agora. São dois paradigmas diante da desordem neoliberal: a ovelha deslanada e a rebelde. Por isso o mercado e a mídia são condescendentes com a tosquia grega --edulcorada como boa negociação-- mas excretam azedume biliar com as conquistas da soberania argentina. (LEIA MAIS AQUI(Carta Maior; Sábado, 10/03/ 2012)

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