Santander-Brasil: uma operação lucrativa.
Jornal do Brasil,
Em 2001 ocorreu a privatização do Banco Banespa - tendo como
vendedor o Banco Santander da Espanha, que na aquisição fez um lance vencedor com
um ágio equivalente a R$ 7,4 bilhões. Isto lhe permitiu um benefício fiscal
equivalente nos exercícios de 2002 e 2004, e por consequência uma diminuição sobre o Imposto
de Renda e contribuição social sobre o lucro líquido de R$ 3,95 bilhões.
A operação proporcionou ao banco uma rentabilidade
equivalente a três vezes o montante do valor da aquisição. Ou seja, a
rentabilidade, o resultado e a lucratividade do negócio nos seus primeiros anos
foram alavancados pelo benefício fiscal, ocorrendo um fenômeno estranho na
integralidade do valor pago pelo banco espanhol na aquisição do Banespa.
Foram ressarcidas ao investidor pelo fisco, de 2002 a 2011, as operações do
banco espanhol, que proporcionaram uma geração de lucros equivalentes a oito
vezes o valor da aquisição, além de um retorno de 350% líquidos sobre o
investimento inicial. Somente na atividade de seguros, as remessas para a
matriz provenientes dos resultados da rentabilidade do negócio - associado com
as alienações de operações no Brasil - foram equivalentes a um Banespa de 2001.
Sem dúvida um grande negócio! Ocorre que, no momento
em que o Brasil, por determinação de política governamental, implanta uma
política agressiva de diminuição da taxa básica de juros e um grande esforço
para a queda do custo dos empréstimos, o spread bancário. O Santander Brasil se
prepara para tomar as caravelas de volta à sua base espanhola, alienado o
controle acionário de suas operações tão rentáveis em terras brasileiras. A
justificativa é ditada na necessidade urgente de reforço de caixa e liquidez
da matriz espanhola.
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