A “Rio+20”
começa sob o risco de ser apenas um evento comemorativo da Eco-92, e com a
chance de ser um marco para o “Mundo+50” .
Para o Rio de Janeiro ser uma cidade marcante, um divisor de
águas na história mundial, como Bretton Woods, será necessário que a “Rio+20” seja, não apenas um evento
comemorativo do passado, mas uma reunião que traga propostas alternativas
capazes de reorientar os destinos da humanidade e construir um futuro diferente
da continuação do passado.
Será preciso que os Chefes de Estado e de Governo afirmem
que a civilização está doente, mostrem os riscos que enfrentamos e proponham
caminhos para os próximos 50 anos, com a reorientação do atual modelo de
desenvolvimento.
Devem deixar claro que a sinergia histórica entre a
Democracia Política, o Crescimento Econômico, a Inovação Técnica e o Bem-Estar
Social foi quebrada.
O progresso baseado no crescimento econômico está esgotado
devido ao surgimento de alguns novos fatores na realidade
sócio-político-econômica: os limites ecológicos, apresentando custos e riscos
ao aumento da produção; a independência como o sistema financeiro funciona sem
vínculos com o setor produtivo e sem controle de fronteiras; a mega-concentração
de renda e de patrimônio em mãos de poucas pessoas do mundo; a revolução
científica e tecnológica que começa a fazer desnecessário o emprego; o
esgotamento da capacidade de financiamento público para o sistema de bem-estar
social; o endividamento dos governos, mesmo em países desenvolvidos.
Soma-se a isso a legítima, mas impossível, exigência de
grandes contingentes populacionais à voracidade do consumo.
Na definição de novos rumos para o mundo global em marcha,
Chefes de Estado e de Governo devem levar em conta esses fatores que limitam o
crescimento e oferecer alternativas socio-político-econômicas diferentes do
progresso.
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