quarta-feira, 21 de abril de 2010

TIRADENTES

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, nasceu em Minas Gerais, em 1746. Aos nove 9 anos ficou órfão de mãe; aos 11, órfão de pai. Bem cedo começou a trabalhar como vendedor ambulante; mais tarde, tornou-se dentista - daí seu apelido -, depois ingressou na carreira militar e chegou ao posto de alferes (hoje segundo tenente). Naquela época, as forças opressoras dos colonizadores privilegiavam pessoas de origem portuguesa em detrimento dos brasileiros natos, que eram obrigados a pagar altos impostos. Destes, o mais pesado obrigava o mineiro a entregar a quinta parte da extração de minério à Coroa portuguesa. O não-pagamento do quinto dava origem à de "derrama", ou seja, cobrança à força de impostos extras. Esse regime gerava descontentamento geral e um clima de insurreição entre os colonos. Um grupo de intelectuais se uniu então, em prol do fim da derrama e em favor da independência do Brasil; entre eles, estava Tiradentes. O movimento recebeu o nome de "Inconfidência Mineira" e tinha objetivos bastante audaciosos:
- realizar um levante armado no dia da derrama;
- proclamar uma República, cuja capital seria São João del Rei;
- abolir a escravidão;
- fundar uma universidade em Vila Rica, nos moldes da Universidade de Coimbra;
- tornar obrigatório o serviço militar, com prêmio para as mães de convocados;
- confeccionar uma bandeira com um triângulo vermelho dentro de um retângulo branco, com os dizeres:
Libertas quae sera tamem, (Liberdade ainda que tardia). Um de seus companheiros, Joaquim Silvério dos Reis, denunciou o grupo; todos foram presos. Os acusados acabaram desertando. Mas tarde, foram degredados para a África. Tiradentes, porém, manteve-se fiel ao ideal, assumindo toda a responsabilidade pelo movimento. Aos 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado no Rio de Janeiro, sob a acusação de alta traição. Seu corpo foi esquartejado e espalhado por pontos estratégicos da cidade, para coibir futuros opositores. Pelo seu martírio em prol dos ideais de liberdade da pátria e do indivíduo, Tiradentes foi nomeado Patrono Cívico da Nação Brasileira, e a data de sua execução foi instituída como feriado nacional.

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