A NOVA POLÍTICA DOS GOVERNADORES
Por Carlos Chagas.
A semente foi lançada pelos oito governadores do PSDB, parece que germinará em outros partidos, compondo um jardim de flores diversas, mas com o mesmo perfume. Até os governadores do PT dispõem-se a integrar o conjunto dos que pretendem relacionar-se com a presidente Dilma Rousseff falando uma só língua. Qual? A de que estão prontos para colaborar com o novo governo, desde que recebam igual tratamento por parte do palácio do Planalto. Nada de chegarem a Brasília de chapéu na mão, muito menos para receber reprimendas e admoestações.
Não se fala do retorno à velha política de governadores, sequer da divisão regional entre eles, como por exemplo os do Nordeste reivindicando uma coisa, os do Norte, outra, e assim por diante. O quadro em vias de ser montado será nacional. O que for bom para uns será bom para outros.
A primeira questão que poderia separar os governadores está sendo equacionada satisfatoriamente. Trata-se da divisão dos recursos gerados pelo pré-sal. Pela proposta do deputado Ibsen Pinheiro, partes iguais do lucro futuro seriam destinadas a todos os estados. O presidente Lula vetou a cláusula de igualdade, permitindo que São Paulo, Rio e Espírito Santo, estados com litoral aberto à nova riqueza, venham a ser melhor aquinhoados que os demais. Não perderão a receita atual e a prevista. A novidade em termos de união dos governadores é que os outros não deverão protestar nem mobilizar suas bancadas para derrubar o veto do presidente, de resto apoiado pela sucessora. Afinal, as despesas aumentaram e muito mais aumentarão nas cidades e regiões onde a indústria, os serviços e congêneres petrolíferos se instalaram e se instalarão. É natural que Sérgio Cabral, Geraldo Alckmin e Renato Casagrande reivindiquem mais dinheiro por conta das estradas, habitações, escolas, hospitais, portos e sucedâneos que necessitam implantar para enfrentar o novo desafio, incluindo o vertiginoso aumento das populações nos locais escolhidos para processar o petróleo recém-descoberto.
Por enquanto as conversas entre os governadores tem sido promissoras, independentemente das filiações partidárias. Admite-se, até, que no correr de janeiro venham a definir uma data para se apresentarem juntos, na capital federal, para diálogo comum com a nova administração. Aliás, juntos estarão pela primeira vez na posse da presidente, ainda que diluídos entre ministros, convidados e a emoção da cerimônia. Tanto os 14 eleitos quanto os 13 reeleitos demonstram bons propósitos. Resta saber até quando, registrando-se apenas uma disputa entre eles: qual será o primeiro estado a ser visitado por Dilma Rousseff, como presidente da República?
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