Por Carlos Chagas.
Hoje à noite o trenó do Papai Noel sobrevoará Brasília, distribuindo presentes.
Antônio Palocci, da Casa Civil, receberá uma fotografia emoldurada de José Dirceu, para botar na parede. Explica-se: George Smiley, obcecado chefe do Serviço Secreto inglês, tinha em seu gabinete a imagem de Karla, seu principal adversário, chefe da KGB.
Para Gilberto Carvalho, Secretário Geral, um exemplar do livro “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”. José Eduardo Cardoso, da Justiça, a relação dos atuais ministros do Supremo Tribunal Federal que se aposentarão nos próximos anos. Fernando Haddad, da Educação, um CD com a música “Devagar não se chega ao longe”. Guido Mantega uma miniatura do deus Juno, da Grécia Antiga, aquele de duas faces. Wagner Rossi, da Agricultura, um jogo infantil de pá e carrinho de mão. Idely Salvatti, da Pesca, um molinete com anzol e um peixe de plástico. Alexandre Padilha, da Saúde, o estetoscópio que aposentou faz muito. Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, a biografia do Dr. Silvana. Mario Negromonte, das Cidades, a maquete de Salvador dos tempos em que foi capital. Afonso Florence, da Reforma Agrária, um boné do MST. Orlando Silva, do Esporte, reportagens de “Porque perdemos a Copa de 50”. Nelson Jobim, da Defesa, a miniatura do caça F-18. Moreira Franco, dos Assuntos Estratégicos, a última tese de Mangabeira Unger sobre a influência das barbas do camarão egípcio nas correntes do Mar Vermelho.
Nenhum dos novos ministros deixará de receber seu presente, ainda que muitos caiam embrulhados num significativo papel azul, próprio para escrever bilhetes, contendo pirulitos.
No Congresso, Papai Noel despejará pacotes em profusão: uma peruca para José Sarney, uma vassoura para Marta Suplicy, com instruções de Harry Potter sobre como voar, um uniforme do Super-Homem para Eduardo Suplicy, uma estrela de xerife para Pedro Simon, um título de sócio-proprietário da Praia de Ipanema para Aécio Neves, histórias de James Bond para Roberto Requião, detalhados mapas do Chile para Marco Maciel, a biografia do General Custer para Índio da Costa, um exemplar de “Como Era Verde o Meu Vale” para Marco Maia, o filme “Fugindo do Inferno” para Tasso Jereissatti. Para todos os deputados e senadores, como brinde, mensagem escrita em letras garrafais contendo o número IV do artigo 7 da Constituição, onde se lê que o salário mínimo atenderá as necessidades vitais do trabalhador e sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
Ao passar sobre o Supremo Tribunal Federal, o Bom Velhinho distribuirá cópias da crônica de um dos Felipes, rei da França, que diante de prolongadíssimo conclave de cardeais para escolher o novo Papa, em Avignon, mandou prende-los numa pequena igreja, da qual retirou o teto. Expostos ao sol, à chuva e à neve, recebendo apenas um pão por dia, para repartir, Suas Eminências logo elegeram um deles. Junto com o texto sutil estará um calendário marcando a protelação, já por quatro anos, do julgamento dos quarenta réus do mensalão, pela mais alta corte nacional de Justiça.
Terá Papai Noel esquecido das duas maiores figuras da capital federal, o presidente que sai e a presidente que entra? Nem pensar, ainda que o segredo pareça desconhecido até dos anões fazedores de brinquedos. Pelos boatos, no entanto, o Lula receberá a coroa que um dia foi de D. Pedro II. E Dilma, a biografia de Margareth Tatcher.
Hoje à noite o trenó do Papai Noel sobrevoará Brasília, distribuindo presentes.
Antônio Palocci, da Casa Civil, receberá uma fotografia emoldurada de José Dirceu, para botar na parede. Explica-se: George Smiley, obcecado chefe do Serviço Secreto inglês, tinha em seu gabinete a imagem de Karla, seu principal adversário, chefe da KGB.
Para Gilberto Carvalho, Secretário Geral, um exemplar do livro “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”. José Eduardo Cardoso, da Justiça, a relação dos atuais ministros do Supremo Tribunal Federal que se aposentarão nos próximos anos. Fernando Haddad, da Educação, um CD com a música “Devagar não se chega ao longe”. Guido Mantega uma miniatura do deus Juno, da Grécia Antiga, aquele de duas faces. Wagner Rossi, da Agricultura, um jogo infantil de pá e carrinho de mão. Idely Salvatti, da Pesca, um molinete com anzol e um peixe de plástico. Alexandre Padilha, da Saúde, o estetoscópio que aposentou faz muito. Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, a biografia do Dr. Silvana. Mario Negromonte, das Cidades, a maquete de Salvador dos tempos em que foi capital. Afonso Florence, da Reforma Agrária, um boné do MST. Orlando Silva, do Esporte, reportagens de “Porque perdemos a Copa de 50”. Nelson Jobim, da Defesa, a miniatura do caça F-18. Moreira Franco, dos Assuntos Estratégicos, a última tese de Mangabeira Unger sobre a influência das barbas do camarão egípcio nas correntes do Mar Vermelho.
Nenhum dos novos ministros deixará de receber seu presente, ainda que muitos caiam embrulhados num significativo papel azul, próprio para escrever bilhetes, contendo pirulitos.
No Congresso, Papai Noel despejará pacotes em profusão: uma peruca para José Sarney, uma vassoura para Marta Suplicy, com instruções de Harry Potter sobre como voar, um uniforme do Super-Homem para Eduardo Suplicy, uma estrela de xerife para Pedro Simon, um título de sócio-proprietário da Praia de Ipanema para Aécio Neves, histórias de James Bond para Roberto Requião, detalhados mapas do Chile para Marco Maciel, a biografia do General Custer para Índio da Costa, um exemplar de “Como Era Verde o Meu Vale” para Marco Maia, o filme “Fugindo do Inferno” para Tasso Jereissatti. Para todos os deputados e senadores, como brinde, mensagem escrita em letras garrafais contendo o número IV do artigo 7 da Constituição, onde se lê que o salário mínimo atenderá as necessidades vitais do trabalhador e sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
Ao passar sobre o Supremo Tribunal Federal, o Bom Velhinho distribuirá cópias da crônica de um dos Felipes, rei da França, que diante de prolongadíssimo conclave de cardeais para escolher o novo Papa, em Avignon, mandou prende-los numa pequena igreja, da qual retirou o teto. Expostos ao sol, à chuva e à neve, recebendo apenas um pão por dia, para repartir, Suas Eminências logo elegeram um deles. Junto com o texto sutil estará um calendário marcando a protelação, já por quatro anos, do julgamento dos quarenta réus do mensalão, pela mais alta corte nacional de Justiça.
Terá Papai Noel esquecido das duas maiores figuras da capital federal, o presidente que sai e a presidente que entra? Nem pensar, ainda que o segredo pareça desconhecido até dos anões fazedores de brinquedos. Pelos boatos, no entanto, o Lula receberá a coroa que um dia foi de D. Pedro II. E Dilma, a biografia de Margareth Tatcher.
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