Após o escândalo de 2007, quando a Polícia Federal detectou até soda cáustica em amostras de leite adulterado, era de esperar que o controle sobre o produto tivesse sofrido sensível melhora.
Não foi o caso. Naquele ano, 31,5% da produção eram comercializados sem fiscalização sanitária; em 2009, último dado disponível do IBGE, foram 33%.
É alarmante que um terço do volume de um produto de consumo tão popular fique sem controle. A contaminação bacteriana é um risco sempre presente. Além de poder causar distúrbios gastrointestinais, o leite não inspecionado é um transmissor potencial de doenças mais graves, como brucelose e tuberculose.
Produtores de leite, em geral de pequeno porte, estão espalhados pelo país todo. A fiscalização depende de uma cooperação entre autoridades sanitárias dos três níveis de governo -municipal, estadual e federal- que, tudo indica, não funciona a contento.
As normas de higiene, que vão da pavimentação do local de ordenha a prazos para pasteurização, nem sempre estão ao alcance da capacidade econômica do pequeno produtor. Como o preço de compra oferecido por indústrias e cooperativas muitas vezes não lhe parece atraente, acaba por vendê-lo "in natura" em redes locais de comércio, seja para consumo direto, seja para fabricação de queijo também ela sem inspeção.
A venda informal talvez jamais seja erradicada, mas precisa reduzir-se a proporções marginais. Há indícios, por exemplo, de que algumas pizzarias paulistanas -alvos menos dispersos para controle sanitário- utilizam queijo sem procedência conhecida.
Cabe, ainda, estruturar a cadeia produtiva para eliminar as barreiras à entrega do leite nas instalações de processamento inspecionadas. Há regiões em que estradas ruins dificultam o cumprimento dos prazos; noutros lugares, a solução pode estar em incentivos para que produtores locais se organizem em cooperativas capazes de arcar com o custo de unidades processadoras adequadas às normas sanitárias.
Poder público e entidades de produtores não podem cruzar os braços diante da deterioração da confiança na qualidade do leite.
Não foi o caso. Naquele ano, 31,5% da produção eram comercializados sem fiscalização sanitária; em 2009, último dado disponível do IBGE, foram 33%.
É alarmante que um terço do volume de um produto de consumo tão popular fique sem controle. A contaminação bacteriana é um risco sempre presente. Além de poder causar distúrbios gastrointestinais, o leite não inspecionado é um transmissor potencial de doenças mais graves, como brucelose e tuberculose.
Produtores de leite, em geral de pequeno porte, estão espalhados pelo país todo. A fiscalização depende de uma cooperação entre autoridades sanitárias dos três níveis de governo -municipal, estadual e federal- que, tudo indica, não funciona a contento.
As normas de higiene, que vão da pavimentação do local de ordenha a prazos para pasteurização, nem sempre estão ao alcance da capacidade econômica do pequeno produtor. Como o preço de compra oferecido por indústrias e cooperativas muitas vezes não lhe parece atraente, acaba por vendê-lo "in natura" em redes locais de comércio, seja para consumo direto, seja para fabricação de queijo também ela sem inspeção.
A venda informal talvez jamais seja erradicada, mas precisa reduzir-se a proporções marginais. Há indícios, por exemplo, de que algumas pizzarias paulistanas -alvos menos dispersos para controle sanitário- utilizam queijo sem procedência conhecida.
Cabe, ainda, estruturar a cadeia produtiva para eliminar as barreiras à entrega do leite nas instalações de processamento inspecionadas. Há regiões em que estradas ruins dificultam o cumprimento dos prazos; noutros lugares, a solução pode estar em incentivos para que produtores locais se organizem em cooperativas capazes de arcar com o custo de unidades processadoras adequadas às normas sanitárias.
Poder público e entidades de produtores não podem cruzar os braços diante da deterioração da confiança na qualidade do leite.
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