quinta-feira, 24 de novembro de 2011

LIÇÃO ESPANHOLA

A TRAVESSIA RUMO À ESQUERDA - A social-democracia espanhola, representada pelo PSOE, recebeu nas eleições  do último domingo, dia 20, quase  4,5 milhões de votos a menos do que o obtido no pleito de 2008.  A erosão política reflete a decepção da sociedade com a rendição inútil do governo Zapatero às políticas neoliberais, cujo efeito mais expressivo foi acumular um número  recorde de cinco milhões de desempregados no país --quase o total de votos perdidos nas urnas. Esse contingente  desiludido, todavia, não foi o responsável pela vitória esmagadora da direita do PP, que elegeu Rajoy e fez 186 cadeiras no Parlamento, uma maioria superior a que dispunha Aznar, em 2002. A supremacia da direita não se deu tanto por seus méritos e votos, mas sim pela derrocada do PSOE e o elevado nível de abstenção. O universo eleitoral do PP cresceu pouco mais de 600 mil votos em relação a 2008. A grande novidade, assim, foi o avanço  das forças à esquerda, que conquistaram um pedaço expressivo da base perdida pelo PSOE. Entre essas forças destaca-se o movimento Esquerda Unida, que saltou de 2 para 11 cadeiras no Parlamento, com forte apoio dos indignados espanhóis. Para falar sobre essa travessia política, de cuja irradiação depende uma saída progressista para a crise européia, o correspondente de Carta Maior em Madrid, Oscar Guisoni, entrevistou  o coordenador geral da Izquierda Unida, Cayo Lyra.
(Carta Maior; 5ª feira; 24/11/ 2011)

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