Permitam-me falar especificamente de um gesto e de um lance de um jogador alvinegro antes de comentar um pouco sobre o empate arrancado no Pacaembu nessa quinta-feira.
Primeiro, o gesto: Ao marcar seu primeiro gol depois de voltar ao Botafogo, Jobson se ajoelhou, fechou os olhos e apontou em direção aos céus. A cena demorou poucos segundos, mas para o atacante deve ter demorado uma eternidade. Pois certamente foi esse instante que ele ficou esperando nos seis meses que teve de amargar fora dos gramados, por conta da suspensão, e que ficava em casa vendo suas jogadas no YouTube, sem perspectiva de voltar ao futebol profissional. E, vejam só!, o último jogo em alto rendimento do Jobson tinha sido justamente contra o Palmeiras, quando teve uma grande atuação, decisiva para nos salvar do rebaixamento. Daí a importância desse gol para o jogador – e, claro, para o Botafogo, que investiu nele.
“A antecipação do Jobson no primeiro gol foi muito interessante, foi muito boa”, elogiou Luiz Felipe Scolari. Há dois meses, só quem falava do Jobson era outro Luiz, o Estevão, presidente e dono do Brasiliense. Agora ele tem o nome falado por um dos melhores técnicos do mundo, campeão mundial com o Brasil. Não é pouco.
E ele fez por merecer o elogio de Felipão. Afinal, Jobson fez a melhor atuação individual de um jogador alvinegro no Brasileirão de 2010.
Quase fez um golaço com um tirambaço de fora da área que Marcos salvou com a ponta dos dedos. Fez o primeiro gol, num belo cabeceio. Iniciou a jogada do gol do empate, driblando dois até servir Marcelo Cordeiro que acertou o cruzamento na cabeça de Antonio Carlos. Foi incisivo o tempo inteiro. Partiu pra cima dos adversários com destemor, mesmo sem auxílio do meio-de-campo e tendo Caio ao seu lado novamente como uma figura apagada.
Agora, o lance. Jobson fez a grande jogada da partida, no dia da confirmação da volta de Maicosuel, homenageou o Mago ao humilhar – com drible, não com pancadaria – o Edinho, só que Marcos Assunção deu uma de Juanita Chiliquenta e tomou as dores do companheiro, e aí, na decisão mais absurda da arbitragem em 2010, os dois foram expulsos – sendo que, EM NENHUM MOMENTO, Jobson chegou sequer a ameaçar agredir o adversário.
Jobson foi tremendamente injustiçado, e o Glorioso também por perder um jogador tão importante para o clássico contra um rival que tem o melhor treinador brasileiro e, por isso, é líder do campeonato.
Sobre o jogo dessa quinta, pouco a comentar, precisamos repetir que Lucio Flavio novamente sumiu e que o time melhorou depois que ele foi substituído? Que Fahel voltou a fazer burrada atrás de burrada, sendo responsável direto pelos dois gols do Palmeiras? Que Marcelo Cordeiro foi muito bem nos cruzamentos que geraram o empate mas que pelo seu lado o Palmeiras deitou e rolou? Que Caio não conseguiu ganhar nenhuma no mano a mano e que o Somália ainda vai morrer de exaustão por ter que assumir a responsabilidade do meio de campo, inclusive a parte da criação? Que não adianta jogar com três zagueiros e um volante se eles não tÊm (é maisculo mesmo, porque?) qualidade para enfrentar marcadores habilidosos?
Não, não vale a pena repetir, apenas torcer para que Joel perceba que Jobson terá que ser titular, e jogar ao lado de Maicosuel.
Enfim, poderemos ver os dois partindo pra cima dos adversários, sem medo, sem se esconder, é o que precisamos para melhorar no campeonato e ter um pouco de sossego na tabela: Maicosuel-Jobson-Herrera-Loco.
Agora, se o Joel achar que o Jobson será seu novo talismã, estamos fritos, (há segundona nos espera) ele só vai se tornar titular contra a Cabofriense. Na primeira rodada do Carioca 2011.
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