sexta-feira, 23 de julho de 2010

PODIA SER PIOR

Permitam-me falar especificamente de um gesto e de um lance de um jogador alvinegro antes de comentar um pouco sobre o empate arrancado no Pacaembu nessa quinta-feira.
Primeiro, o gesto: Ao marcar seu primeiro gol depois de voltar ao Botafogo, Jobson se ajoelhou, fechou os olhos e apontou em direção aos céus. A cena demorou poucos segundos, mas para o atacante deve ter demorado uma eternidade. Pois certamente foi esse instante que ele ficou esperando nos seis meses que teve de amargar fora dos gramados, por conta da suspensão, e que ficava em casa vendo suas jogadas no YouTube, sem perspectiva de voltar ao futebol profissional. E, vejam só!, o último jogo em alto rendimento do Jobson tinha sido justamente contra o Palmeiras, quando teve uma grande atuação, decisiva para nos salvar do rebaixamento. Daí a importância desse gol para o jogador – e, claro, para o Botafogo, que investiu nele.
A antecipação do Jobson no primeiro gol foi muito interessante, foi muito boa”, elogiou Luiz Felipe Scolari. Há dois meses, só quem falava do Jobson era outro Luiz, o Estevão, presidente e dono do Brasiliense. Agora ele tem o nome falado por um dos melhores técnicos do mundo, campeão mundial com o Brasil. Não é pouco.
E ele fez por merecer o elogio de Felipão. Afinal, Jobson fez a melhor atuação individual de um jogador alvinegro no Brasileirão de 2010.
Quase fez um golaço com um tirambaço de fora da área que Marcos salvou com a ponta dos dedos. Fez o primeiro gol, num belo cabeceio. Iniciou a jogada do gol do empate, driblando dois até servir Marcelo Cordeiro que acertou o cruzamento na cabeça de Antonio Carlos. Foi incisivo o tempo inteiro. Partiu pra cima dos adversários com destemor, mesmo sem auxílio do meio-de-campo e tendo Caio ao seu lado novamente como uma figura apagada.
Agora, o lance. Jobson fez a grande jogada da partida, no dia da confirmação da volta de Maicosuel, homenageou o Mago ao humilhar – com drible, não com pancadaria – o Edinho, só que Marcos Assunção deu uma de Juanita Chiliquenta e tomou as dores do companheiro, e aí, na decisão mais absurda da arbitragem em 2010, os dois foram expulsos – sendo que, EM NENHUM MOMENTO, Jobson chegou sequer a ameaçar agredir o adversário.
Jobson foi tremendamente injustiçado, e o Glorioso também por perder um jogador tão importante para o clássico contra um rival que tem o melhor treinador brasileiro e, por isso, é líder do campeonato.
Sobre o jogo dessa quinta, pouco a comentar, precisamos repetir que Lucio Flavio novamente sumiu e que o time melhorou depois que ele foi substituído? Que Fahel voltou a fazer burrada atrás de burrada, sendo responsável direto pelos dois gols do Palmeiras? Que Marcelo Cordeiro foi muito bem nos cruzamentos que geraram o empate mas que pelo seu lado o Palmeiras deitou e rolou? Que Caio não conseguiu ganhar nenhuma no mano a mano e que o Somália ainda vai morrer de exaustão por ter que assumir a responsabilidade do meio de campo, inclusive a parte da criação? Que não adianta jogar com três zagueiros e um volante se eles não tÊm (é maisculo mesmo, porque?) qualidade para enfrentar marcadores habilidosos?
Não, não vale a pena repetir, apenas torcer para que Joel perceba que Jobson terá que ser titular, e jogar ao lado de Maicosuel.
Enfim, poderemos ver os dois partindo pra cima dos adversários, sem medo, sem se esconder, é o que precisamos para melhorar no campeonato e ter um pouco de sossego na tabela: Maicosuel-Jobson-Herrera-Loco.
Agora, se o Joel achar que o Jobson será seu novo talismã, estamos fritos, (há segundona nos espera) ele só vai se tornar titular contra a Cabofriense. Na primeira rodada do Carioca 2011.

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