sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O CLÁSSICO DE DOMINGO

BLOG DO DENI MENEZES - O reporter de oito Copas do Mundo.
Será no estádio em que o Botafogo normalmente tem o mando, mas domingo, o mando é do Fluminense. Não sei em que isso pode fazer diferença. A exemplo do Maracanã, o Engenhão também é um estádio, digamos, neutro. Convenhamos que é, porque, se não fosse, o Brasil não teria perdido a Copa de 50 – sem nenhum uruguaio entre os 200 mil que estavam na arquibancada – nem o Flamengo, por exemplo, teria sido eliminado da Libertadores pelo America do Mexico. Mas, isso é apenas parte da história do futebol.
Futebol, association, como os ingleses criaram. Conjunto, força do time, que marca bem e deve atacar melhor. Mas, às vezes, uma peça faz a diferença. É o caso de Marcelo Matos no Botafogo. Brilhante? Nem tanto. Eficiente? Muito. Tanto que quando ele estava jogando, o time não perdeu em oito jogos: sete vitórias e um empate. Deu-se o inverso quando ele torceu o joelho na vitória (2 a 0) sobre o São Paulo na segunda rodada do returno: o Botafogo se desestabilizou e agora acumula uma derrota e sete empates consecutivos.Convenhamos: um time grande, de porte, com bom técnico, bons valores e com ambição de título, não pode ficar oito jogos sem vencer.
Marcelo Matos vai reaparecer domingo e com a volta dele o Botafogo espera que o time retome o caminho das vitórias, baseando-se na estabilidade que ele dá ao meio-campo e no apoio à defesa que ele sabe orientar, para que o ataque não faça como no domingo que passou e reencontre o gol. Outro apoio psicológico que o time terá para o jogo com o Fluminense: a volta de Jeferson, o goleiro que passa tranquilidade e confiança ao time e aos torcedores. E mais um: o retorno de Leandro Guerreiro, um senhor zagueiro.
Loco Abreu perdeu um pênalti, mas não perdeu a confiança. Se houver outro, domingo, quem bate é ele.
O Fluminense aproveitou a manhã ensolarada no Leme, a praia mais tranquila e (quase) exclusiva da Zona Sul, e acompanhou a alegria do dia da criança com um treino descontraído, embora levado muito a sério. Até que os jogadores, apesar de muito exigidos, queriam mais, mas o preparador-físico Ronaldo Torres considerou de bom tamanho quando completou quase uma hora. Foi o começo do trabalho para o clássico em que o time pode até fazer tempo integral, hoje, depois de catorze rodadas com dois jogos na semana.
Emerson não esconde a ansiedade pelo retorno: “Se demorar mais, vou acabar esquecendo o caminho do gol” – brinca, descontraído, com ar de quem está leve e pensando só em reaparecer fazendo o que mais sabe, exatamente o gol. A disposição dele, tanto quanto à do meio-campo Diguinho, outro muito ansioso pela volta, foi grande no treino de ontem, como vinha sendo em todos os outros. “É muito ruim ficar de fora. A gente torce e se contorce na cadeira e não consegue ajudar.
Mariano é outro retorno que aumenta o ânimo. Ele volta descansado para o clássico porque apenas treinou e viu os jogos em que, com toda certeza, nada deve ter aprendido com iranianos e ucranianos. Nem ele nem ninguém da seleção brasileira. Washington se ressentiu nos dois jogos em que o Fluminense, sem Mariano, não fez gol: “Com ele há mais jogadas e mais cruzamentos na área.”

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