sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mas, ao contrário da China, na Europa os trabalhadores estão marchando para manter direitos perdidos. O certo é que, nem na China, nem no Ocidente, nem em parte alguma são os resistentes portadores de uma visão alternativa à ordem capitalista global. Ao menos não ainda. Urge que os trabalhadores se armem de uma nova doutrina que seja motivadora da mudança. Uma outra via que incorpore a unidade do ser, individual e social. Enquanto o leninismo advoga a supremacia do ser social face ao individual, o neoliberalismo advoga o seu contrário. Só uma nova doutrina, uma nova filosofia, poderá inverter o rumo do desenvolvimento capitalista neoliberal. Uma nova ideologia – a Democracia Social – que encerre em si, que incorpore, o princípio da unidade dialética entre o ser individual e o ser social, tendo como expressão a democracia política, com a vontade política dos cidadãos expressa em eleições democráticas e que assegure uma empenhada, permanente e continuada participação do cidadão na vida pública. Em que o acto eleitoral seja o corolário de uma participação activa, diária, continuada do cidadão na gestão política da sociedade. Os eleitos são cidadãos temporariamente representantes, delegados das populações e a cada momento intérpretes das suas vontades. Uma nova forma de organização social que assegure o controlo social permanente sobre o Estado e as empresas. Uma nova forma de organização social, tendo como um dos seus objectivos a valorização da democracia participativa. A democracia não é apenas uma forma de governo, uma modalidade de Estado, um regime político, uma forma de vida. É um direito da Humanidade (dos povos e dos cidadãos). Democracia e participação se exigem. Não há democracia sem participação, sem povo. O regime será tanto mais democrático quanto tenha desobstruído canais, obstáculos, óbices, à livre e directa manifestação da vontade do cidadão. Naturalmente que as dificuldades maiores residem nos mecanismos, no modo pratico de como assegurar o controlo social permanente sobre o Estado e as Empresas. De outro modo, de como assegurar uma vivência plena da Democracia.

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