sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

SENHORA PRESIDENTA


Ela está preparada para um grande desempenho, a confirmar seu passado de cidadã e de figura pública.
Dilma aposta no Brasil e CartaCapital aposta em Dilma. Fomos os primeiros a enxergar nela a candidata petista à Presidência, desde quando, final do primeiro mandato de Lula, foi chamada a substituir José Dirceu na Casa Civil. Illo tempore o acima assinado mantinha um blog no qual, vezes sem conta, apontava na ministra a futura ungida de Lula. Sem falar dos editoriais. A partir  do início da campanha eleitoral, CartaCapital declarou seu apoio à sua  candidatura enquanto a mídia nativa alegava isenção ao apoiar  desbragadamente José Serra. Só mesmo o Estadão teve a dignidade de dizer a que viera às vésperas do pleito. Parabéns.
A aposta no Brasil é óbvia porque fácil. O País hoje é emergente de extraordinárias potencialidades e no futuro próximo atuará na ribalta dos principais protagonistas. Quanto a Dilma, a mídia nativa esforçou-se para apresentá-la como criação de Lula, emanação, quem sabe títere. Trata-se da versão conveniente ao tucanato. Não é possível negar a ótima atuação dela nos ministérios que ocupou. Dilma pertence à categoria daqueles que sabem o que fazem. Será presidenta consciente dos alcances e das responsabilidades do cargo, sem exorbitâncias e com extrema competência. Ideias professadas com convicção revelam-se até na decisão, menor na aparência, de se chamar presidenta em lugar de presidente. A afirmação reivindica a condição da mulher, o detalhe está longe de ser  insignificante. Nós usaremos o termo que prefere.
Que Dilma cultive ideias fortes não há dúvidas. Quatro passagens do seu discurso, no todo digno da ocasião, merecem especial destaque. Primeira: o claro empenho pelo desenvolvimento, com a certeza de consolidar o peso e a importância do País no cenário político e econômico mundial, o que passa, está claro, pela confirmação da política exterior independente inaugurada por Lula. Segunda: a opção, da mesma forma enfática, da opção pelo social, com a promessa da erradicação definitiva da miséria. Terceira: o empenho total contra a corrupção. Quarta: a referência, e não somente para bons entendedores, às prepotências e as agressões aos direitos humanos cometidas pela ditadura, da qual ela própria foi vítima. Firme na fala, composta e elegante no comportamento. Quem sabe, em vez dos marqueteiros, estejam agora ao seu lado companheiros mais chegados e menos pretensiosos.

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