A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, completa hoje 100 dias de governo - ela assumiu a Pasta dois dias depois da Presidenta Dilma Rousseff.
Para ela, problemas é o que não faltam.
Uns são velhos conhecidos; alguns ela está tomando conhecimento; e outros a ministra nem vislumbra.
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Entre os conhecidos, tem um de fácil solução: a edição dos 20 CDs reunindo a obra completa de Ary Barroso, trabalho realizado pelo pesquisador Omar Jubran, e que há oito anos aguarda patrocínio.
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No Governo Lula, o então ministro da Cultura, Gilberto Gil, declarou 2003 como o “Ano Ary Barroso”, quando comemorava-se o centenário de nascimento de um dos mais importantes compositores do país. Foi designada uma Comissão Nacional para organizar os festejos, e a assinatura do decreto presidencial foi seguido de festa no Palácio do Planalto, com a presença de acadêmicos, artistas e políticos. Na ocasião foi feita a apresentação do logotipo do centenário, assinado pelo cartunista Ziraldo Alves Pinto.
Gil abandonou a Mesa Diretora durante a solenidade, e cantou com a dupla Célio e Marcos e mais as gêmeas Célia e Celma, a imortal ‘Aquarela do Brasil’.
Em 2003, o trabalho de Omar Jubran já estava concluído. Ele reuniu mais de 300 gravações originais da totalidade das músicas compostas por Ary.
E o que desejava era compartilhar, com o restante do país, essa obra monumental.
Sabem o que ele ganhou da tal Comissão Nacional?
Um diploma de Honra ao Mérito, assinado pelo vice-presidente José Alencar - mineiro como Ary - pelo trabalho realizado.
Em dezembro do ano passado, Omar Jubran fez uma palestra, na Casa de Ruy Barbosa e, na platéia lotada, ele foi aparteado por uma fã que conhecia, em detalhes, o seu trabalho. Era Ana de Hollanda que, agora, como ministra da Cultura, tem a faca e o queijo na mão para bancar a obra que o país tanto merece.
Na posse do ministro Antonio Palocci, Ana de Hollanda disse a um repórter que, como ministra da Cultura, não teria mais como responsabilizar terceiros por deixar o trabalho de Omar Jubran na gaveta. Essa seria uma prioridade. Mas nada foi feito.
Pelo bem da Cultura do Brasil, a ministra Ana de Hollanda bem que poderia ocupar apenas 100 minutos de um só dia de trabalho, e disparar uma meia duzia de telefonemas para solucionar essa questão.
Não existe dificuldade para Ana de Hollanda. Basta que ela tenha vontade política.
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