domingo, 10 de abril de 2011

A reação da direita ao massacre é, na falta de uma palavra melhor, interessante.
Ela, como sempre, pensando apenas nos efeitos sobre eles individualmente, reclamam segurança. Que se aumente a repressão para que esse tipo de coisa não respingue em mim ou minha família, dizem, em gritos.
Curar a doença em vez de conter os sintomas para que só afetem aos outros? Essa não é a filosofia da direita. Afinal, para eles é cada um por si e acabou.
E foi exatamente isso que originou não apenas esse assassino, mas a imensa maioria dos outros. É a falta de Estado – não na segurança e repressão, como querem os direitistas, mas no apoio à sociedade.
Falta instrução. Falta oportunidade. Falta saúde. Esses três fatores poderiam, facilmente, ter prevenido não apenas esse massacre, mas uma imensa parcela dos crimes que são cometidos por aí.
Depois de décadas dessa imbecilidade de que o Estado só serve para garantir a integridade física e patrimonial dos ricos – e é SÓ ISSO que o neoliberalismo prega -, resta mais do que evidente que a iniciativa privada não consegue, de forma alguma, promover uma educação e uma saúde que prestem, ou as oportunidades para todos. É o Estado, SEMPRE, que consegue, mesmo aos trancos e barrancos, lutando contra toda sorte de corrupção e sabotagem privada, agregar valor ao que o povo mais necessita.
Não adianta os seguidores do lixo austríaco dizer que o “livre mercado” é uma maravilha. Esta demonstrado, EM TODOS OS PAÍSES, que esse mercado não passa de uma balela no que mais importa: assegurar ao povo o mínimo que ele precisa para uma vida digna. O mercado se move conforme as empresas desejam, e as empresas não se importam com a saúde, a educação e as oportunidades. Elas só se importam com o LUCRO.
E se der mais lucro – como dá – manter a maior parte da população longe dos hospitais, da educação de qualidade e sem oportunidades, é exatamente isso que o mercado fará, como tem feito.
A culpa é, sim dessa idéia ridícula de que o bom é a competição, e que é cada um por si, e o Estado para manter os “perdedores” longe dos “vencedores”. Não é coincidência que essa tragédia ocorreu aqui e ocorre tanto nos EUA. É o reflexo, a consequência, dessa idéia imbecil que nos foi imposta pelos papagaios babadores de ovos estadunidenses.
A marginalização, a criação de “feudos” políticos/religiosos, a exploração das necessidades mais fundamentais do ser humano, a repressão como política pública para manter a ordem, o medo como argumento político, a polarização política em torno de temas que se fundem cada vez mais, “empurrando” o debate para as margens, para a radicalização. Tudo isso é o resultado dessa cópia quenos foi forçada. Os massacres em escolas, etc são apenas o mais recente efeito colateral.

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