domingo, 10 de abril de 2011

Estou impressionado com esses “especialistas” que as emissoras vêm colocando para explorar o caso. Psicólogos, psiquiatras ou mesmo policiais, ávidos por uma resposta fácil de digerir e prontas para o consumo por parte daqueles que assistem esses canais. Essas pessoas, para mim, não merecem crédito algum, pois estimulam o “reality show” que sem dúvida durará por muitas semanas.
Caso fizessem discussões sérias, refletindo sobre esses pontos aí sim, seria bastante saudável.
Mas os comentários desses tais “experts” são pura banalização de um caso extremamente complexo e impossível de ser analisado em algumas horas, quando não entendemos bem o contexto dentro do qual o fato ocorreu.
Primeiramente, foi essa aberração de taxar o garoto como um islâmico fanático para, pouco tempo depois, o conteúdo da própria carta desmentir essa especulação. Agora, vejo outras notícias afirmando que o garoto era muito introvertido, passava muitas horas na internet, e até mesmo culpando as novas mídias por facilitarem instruções de uso de armas .
Ora, bolas, então todos os introvertidos e/ou que passam horas na internet são pessoas “estranhas” e potenciais criminosas? As novas mídias então são eleitas as culpadas e sobre a posição política da grande mídia em favor do Não desarmamento não se fala? Também leio sobre a hipótese do garoto ter sofrido bullying quando mais novo. Eu sabia que eles iriam lançar mão dessa hipótese em algum momento, pois é o assunto que está na pauta da mídia já faz algum tempo, muito por inspiração de casos típicos do contexto norte-americano e que ocorrem em nosso país com características ´bem diferentes do caso deles. Até o Sérgio Cabral deu uma declaração extremamente infeliz, chamando o sujeito de “animal” e “psicopata”, como se fosse outro desses especialistas em casos como esse. Essa é a melhor forma de se promover uma não-discussão, tratando o caso como se fosse um mero problema de gente psicopata e tratando de enterrar toda a discussão que poderia de fato contribuir para a sociedade e que, evidentemente, passa por questões sociais, culturais, econômicas, políticas, etc.

Um comentário:

Anônimo disse...

Um caso como este nunca foi visto no Brasil antes... Chamar esta pessoa que cometeu essa atrocidade de animal, ao meu ver, está corretíssimo! Só uma animal mesmo, como diz Cabral, faria uma insanidade destas....... e no meu ver uma solução a princípio seria melhorar a segurança no RJ e principalmente neste momento, nas escolas.