Rupert Murdoch comparece ao Parlamento britânico nesta 3º feira para prestar contas sobre um império construído à base de grampos, dossiês, subornos, chantagens, conluio policial e destruição de reputações a serviço do preconceito e do ódio conservador. Oito jornalistas do News of the World já foram detidos; a cúpula da polícia inglesa caiu por conivência com os delitos; o primeiro-ministro David Cameron está encurralado diante das evidencias de um intercurso obsceno entre os interesses do seu governo e os do conglomerado midiático News Corporation. Por fim, o autor das primeiras denúncias contra o método Murdoch de jornalismo foi encontrado morto, nesta 2º feira, em seu apartamento, em Londres. O Parlamento britânico prestaria um inestimável serviço à liberdade de imprensa se fosse além das circunstancias policiais suscitadas pelo escândalo que já atravessou o Atlântico e argui as relações entre a Fox News de Murdoch e a extrema direita encastelada no Tea Party nos EUA. É necessário dar voz às questões que o conservadorismo em geral, e a mídia brasileira, em particular, quer tangenciar: o ovo que gerou a serpente chama-se oligopólio midiático. A ausência de um ordenamento regulatório que assegure o discernimento da sociedade com base no equilíbrio e na pluralidade de opiniões, consolidou a excrescência de um método que tomou de assalto o jornalismo para fazer dele uma arma contra a democracia. (Carta Maior; 3º feira 19/07/ 2011)
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