quinta-feira, 27 de outubro de 2011

LUIZ MENDES, A PALAVRA FÁCIL

Luiz Pineda Mendes, gaúcho de Palmeira das Missões, nascido em 9 de junho de 1924, morreu hoje, quinta-feira  27 de outubro de 2011. O comentarista da palavra fácil se destacou na crônica esportiva do Rio de Janeiro desde o final dos anos 40 quando passou a atuar nas principais emissoras de rádio e televisão. Primeiro, como narrador. Depois, como comentarista
Analista do futebol com equilíbrio e inteligência, tornou-se desde cedo um dos nomes marcantes do rádio, passando depois a brilhar na televisão. Com estilo próprio, realçado pela clareza da voz e pelo uso correto do idioma, que sempre fez muita questão de preservar, fez parte da primeira linha de profissionais de alto gabarito da história da comunicação esportiva.
Luiz Mendes, entre tantas e tantas virtudes, tinha a do caráter retilíneo. Bom companheiro, sempre fez questão de abrir as portas para os mais jovens, como sucedeu comigo e com Oswald de Souza, pioneiro dos matemáticos do futebol, criado por ele, quando nos levou para participar do Jornal do Futebol, primeiro programa que fizemos na TV Rio, no Posto 6 em Copacabana.
Trabalhamos juntos nas principais emissoras de rádio e fizemos, lado a lado, a cobertura de oito Copas do Mundo. A opinião de Luiz Mendes, respeitada pelos conhecimentos e pelo equlíbrio com que sabia usar as palavras, valorizava sobremaneira os programas. Foram tantos os que fizemos em tantos estúdios, dentro e fora do país, com o reconhecimento do grande público.
A morte de Luiz Mendes neste dia lindo de sol na cidade em que viveu mais de setenta anos nos causa profunda tristeza e pesar, mas nos deixa o exemplo de um profissional que pautou a carreira pelo brilho e pela decência. Tive a honra, mais do que ser seu colega de profissão, seu amigo, frequentador da sua casa na Ayres Saldanha, em Copacabana.
Luiz Mendes foi também um exemplo na vida pessoal. Formou com Dayse Lúcidi, outra colega e amiga muito querida, um dos casais  perfeitos e bonitos entre os artistas. Ele, botafoguense; ela, tricolor. A vida os separa hoje em corpo, mas continuarão juntos em espírito para sempre. Amavam-se e amavam a vida com a intensidade que sempre souberam viver.

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