Por Carlos Chagas.
Estaria a presidente Dilma Rousseff disposta a antecipar para novembro a reforma ministerial antes prevista para janeiro? No Congresso, há quem acredite na hipótese. Afinal, dois meses perdidos podem fazer falta. O fim do ano aproxima-se com o governo desgastado. Claro que existem ministérios funcionando, e bem. Mas há ministros que até hoje não mostraram competência. Nem probidade, referência àqueles lambuzados por malfeitos. Parece claro que, com as exceções de sempre, fracassaram aqueles impostos pelos partidos ou pelo Lula. Cinco já se foram. Existem outros. Depois de quase um ano de exercício do poder, a presidente Dilma estará suficientemente forte para substituir aqueles que não indicou. Terá tido grata surpresa com um ou outro, mas deixa a desejar a média dos que recebeu como herança ou dos que foram pendurados no seu governo sem sua participação.
De qualquer forma, antecipada ou não a mudança, a expectativa é de que 2012 exprima nova fase na administração federal. Sem descuidar da contenção de gastos e sempre de olho no combate à inflação, seria hora da retomada de projetos de desenvolvimento econômico e social. Tempo para demonstrar a falência do modelo que o FMI tenta impor na Europa, combatendo crises com aumento de impostos, reduções salariais, demissões em massa e cortes nos investimentos sociais.
LIÇÃO OPORTUNA.
“O objetivo supremo do Estado não é dominar os homens, nem conte-los pelo medo. É, sim, livrar cada um deles do medo, permitindo-lhe viver e agir em plena segurança e sem prejuízo para si e seu vizinho. O objetivo do Estado não é transformar seres racionais em feras e máquinas. É fazer com que seus corpos e suas mentes funcionem em segurança. É levar os homens a viver segundo uma razão livre,e exercita-la, para que não desperdicem suas forças com o ódio, a raiva e a perfídia,nem atuem uns com os outros de maneira injusta. Assim, o objetivo do Estado é, realmente, a liberdade.”
Quem assim se expressou foi Baruch Spinoza, em 1660. Pena que sua lição até hoje não prevaleça.
ORDEM NO NINHO
Começa a germinar no ninho dos tucanos uma proposta sensata: do jeito que as coisas vão, o PSDB continuará no fundo do poço. Por que não aproveitar, então, a campanha paras eleições municipais, para uma reordenada completa em suas estruturas e lideranças? Não se trata de substituir ninguém, mas, apenas, de encontrar uma linguagem única. Mais do que tudo, porém, torna-se urgente reunir Aécio Neves, José Serra, Sergio Guerra, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique, Aloisio Nunes Ferreira e outros, de preferência numa capela sem teto e com portas e janelas muradas. Algo parecido com o que um rei francês fez com os cardeais em Avignon, deixando-os ao sol e ao sereno até que escolhessem o novo Papa.
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