Faltam 80 milhões de empregos para o mundo retornar aos níveis pré-crise.
A recuperação da economia mundial está mais distante do que se imaginava. Do ponto de vista do emprego, pelo menos, a superação da crise só ocorrerá por volta de 2016. Isso, desde que se cumpra o requisito da geração de 80 milhões de vagas para que os níveis de ocupação retornem ao patamar anterior ao colapso neoliberal. É o que diz o informe da OIT divulgado nesta 2ª feira.
Os sumidouros do crescimento e das vagas estão claros; as responsabilidades são inequívocas. A grande façanha dos 30 anos de finanças desreguladas foi, grosso modo, aviltar a oferta e a qualidade do emprego pela sua flexibilização e deslocamento a zonas de 'baixo custo'; reduzir a participação do trabalho na renda e isentar o capital rebaixando receitas fiscais dos governos.
Promoveu-se em troca a grande era do endividamento. Famílias, governos e Estados soberanos tornaram-se mais e mais dependentes do capital a juro, cuja liberdade foi lubrificada pela eliminação das salvaguardas regulatórias instituídas após a crise de 29. Embora o diagnóstico seja reconhecido até por segmentos dos 'mercados', ele carece ainda de consequências políticas coerentes.
A mídia tem cumprido seu papel de guarda-sol a sombrear o debate das alternativas à superação desse modelo, em meio a uma crise de insolvência das dívidas públicas e privadas. Na Europa, corroída por 16 milhões de desempregados, em meio ao assalto final aos pilares do Estado do Bem-Estar Social, essa película protetora é reforçado pela opacidade de um quadro ideológico feito de rendição social-democrata ao neoliberalismo.
A Espanha é o caso mais desconcertante (leia o comentário de Eric Nepomuceno) dessa colonização pelos ditames dos mercados. Depois de incluir o arrocho fiscal na Constituição para 'acalmar' os credores, o governo Zapatero está prestes a entregar o poder ao PP de Aznar: a direita tem 15 pontos de vantagem nas enquetes do pleito do dia 20. A pressão das ruas,portanto, mesmo no berço dos indignados, terá que amadurecer propostas e organização para se tornar, de fato, uma opção à regressividade em marcha.
Quanto à social-democracia européia, basta recordar o que Tatcher disse dela ao deixar o poder, em 1990. Indagada sobre o seu maior feito, a dama de ferro resumiu de forma ferina: 'Foi fazer de Tony Blair o líder dos trabalhistas'.
Os sumidouros do crescimento e das vagas estão claros; as responsabilidades são inequívocas. A grande façanha dos 30 anos de finanças desreguladas foi, grosso modo, aviltar a oferta e a qualidade do emprego pela sua flexibilização e deslocamento a zonas de 'baixo custo'; reduzir a participação do trabalho na renda e isentar o capital rebaixando receitas fiscais dos governos.
Promoveu-se em troca a grande era do endividamento. Famílias, governos e Estados soberanos tornaram-se mais e mais dependentes do capital a juro, cuja liberdade foi lubrificada pela eliminação das salvaguardas regulatórias instituídas após a crise de 29. Embora o diagnóstico seja reconhecido até por segmentos dos 'mercados', ele carece ainda de consequências políticas coerentes.
A mídia tem cumprido seu papel de guarda-sol a sombrear o debate das alternativas à superação desse modelo, em meio a uma crise de insolvência das dívidas públicas e privadas. Na Europa, corroída por 16 milhões de desempregados, em meio ao assalto final aos pilares do Estado do Bem-Estar Social, essa película protetora é reforçado pela opacidade de um quadro ideológico feito de rendição social-democrata ao neoliberalismo.
A Espanha é o caso mais desconcertante (leia o comentário de Eric Nepomuceno) dessa colonização pelos ditames dos mercados. Depois de incluir o arrocho fiscal na Constituição para 'acalmar' os credores, o governo Zapatero está prestes a entregar o poder ao PP de Aznar: a direita tem 15 pontos de vantagem nas enquetes do pleito do dia 20. A pressão das ruas,portanto, mesmo no berço dos indignados, terá que amadurecer propostas e organização para se tornar, de fato, uma opção à regressividade em marcha.
Quanto à social-democracia européia, basta recordar o que Tatcher disse dela ao deixar o poder, em 1990. Indagada sobre o seu maior feito, a dama de ferro resumiu de forma ferina: 'Foi fazer de Tony Blair o líder dos trabalhistas'.
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