Para Marilena Chauí, segundo turno não pode se tornar ‘plebiscito sobre aborto’ Em ato pró-Dilma em São Paulo, a professora de filosofia da USP sugere que petistas deixem de atender à mídia.
Por: Guilherme Amorim, Rede Brasil Atual
São Paulo – A filósofa Marilena Chauí fez palestra nesta sexta-feira (8), ao lado de intelectuais e membros do corpo docente da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (FDUSP) em um ato organizado para defender a candidatura da governista para a Presidência da República. Ela afirmou que o monopólio da imprensa no Brasil transforma a mídia em um agente antidemocrático e que a disputa não pode se tornar em um plebiscito sobre o aborto, baseado em boatos.
A maioria dos participantes usou seu espaço de discurso para, além de diferenciar os projetos de governo dos candidatos, fazer críticas ao comportamento da imprensa.
Marilena Chauí defendeu que lideranças de esquerda e do PT deixem de atender jornalistas da imprensa convencional, em uma espécie de boicote a pedidos de entrevista. “Para defender a liberdade de expressão é preciso não falar com a mídia”, propõe Marilena Chauí. Ela acredita que a mídia dá espaço para figuras do partido e de movimentos sociais apenas para “parecer plural”, mas promovendo um “controle de opinião” sobre o que é publicado.
A professora aludiu ao caso da dispensa da colunista Maria Rita Kehl pelo jornal O Estado de S. Paulo. “A democracia não é simplesmente um regime da lei e da ordem”, explicou, defendendo que é necessário haver diversidade de opinião na mídia. A professora esclareceu que não se pode permitir que três ou quatro famílias mantenedoras dos meios de comunicação pautem a agenda política do Brasil.
“Temos que impedir que o segundo turno das eleições se torne um plebiscito nacional sobre o aborto”, definiu. Para ela, a cada semana é definida uma nova temática para o debate político – se referindo às discussões eleitorais levantadas recentemente, como a da liberdade de imprensa e a da religião.“Temos que impedir que o segundo turno das eleições se torne um plebiscito nacional sobre o aborto”, definiu. Para ela, a cada semana é definida uma nova temática para o debate político – se referindo às discussões eleitorais levantadas recentemente, como a da liberdade de imprensa e a da religião.
Conta-se que, um dia, o Otavinho da Folha (**) convidou a professora Chauí para ser articulista da Folha.
E, segundo me contou um aluno dela, a resposta da professora teria sido: eu não vou ser a folha de parreira do Otavinho.Folha de parreira – aquela que os pintores usam para esconder a nudez.
Quem tem uma história parecida é o Carlos Lacerda, o Pai de Todos os Golpistas – e o mais inteligentes deles: “quem nasceu para José Serra jamais será um Carlos Lacerda”, diz o Brizola Neto.
Lacerda ajudou a dar o Golpe de 1964 e achou que o Brasil ia cair no colo dele.
Quando viu que os militares não iam largar o osso, rompeu com Castello Branco e inventou uma divergência com o Ministro do Planejamento, Roberto Campos, mentor espiritual do Serra e do Fernando Henrique (no campo do neoliberalismo).
Lacerda disse que a política econômica – precursora da privataria – era uma grande roubalheira.
E o Castello fazia o papel de “São Jorge da rua Conde da Lage”.
Na Conde da Lage, na Lapa, ficavam os prostíbulos mais famosos do Rio.
E, no alto das escadas dos prostíbulos, havia sempre um São Jorge iluminado.
É para isso que o Otavinho precisava da professora Chauí: para, como diz ela, “parecer plural”, virtuoso, protegido por um São Jorge iluminado.
A professora Chauí tem razão.
Para que falar com o PiG (*) ?
As declarações são manipuladas.
Na edição, na balança, as opiniões “piguistas” predominam, e os que divergem vão para o pé da página par, transformados numa minoria irrelevante.
Mas, para boicotar o PiG (*) isso, é preciso combinar com os Paloccis.
Combinar com o pessoal do PT que não resiste à urubóloga Miriam Leitão e a uma entrevistinha à GloboNews.
O Serra diz “me desculpe” a repórter da Globo, mas tem muito petista que faz o mesmo (em off).
Façam como o Ministro Samuel Pinheiro Guimarães que só dá entrevista à Eliane Catanhêde por e-mail.
(E mesmo assim ela manipula o título.)
Mas, é melhor mesmo não dar entrevista nenhuma.
E usar a internet, as redes sociais.
Melhorar os sites do Governo, dos partidos, das campanhas.
E tirar a folha de parreira do Otavinho.
Paulo Henrique Amorim
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