domingo, 25 de setembro de 2011


Dois momentos chamaram a atenção na segunda noite do Rock in Rio. O primeiro foi a comoção causada pelo Capital Inicial ao cantar “Que País É Este?”, de Renato Russo. O segundo, a performance de Anthony Kiedis, do Red Hot Chili Peppers.
Dinho Ouro Preto levou a plateia ao delírio, antes de cantar a música, ao fazer um breve discurso de cunho “político”. “Todo governo é ruim”, disse, antes de “dedicar” a canção ao senador Jose Sarney, que foi “homenageado” pelos presentes com um coro de palavrões.
Disse Dinho: “A gente descobriu que gostava de falar mal de qualquer governo. Fosse ele de direita ou de esquerda, todos são iguais. A regra básica é: nunca confie em político”.
Já Anthony Kiedis mostrou que a rebeldia hoje é aparecer diante de 100 mil pessoas ao vivo, e de milhões na televisão, usando camiseta com propaganda de cerveja. E pior, de marca concorrente à da patrocinadora do festival.
Alguém disse que Dinho sempre teve essa postura “anarquista”. Na minha opinião isso é “anarquismo de boutique”. É um discurso infantil, apolítico, que rebaixa a discussão ao pior nível possível. Lamentável
O vocalista do Red Hot Chili Peppers passou a maior parte da performance com uma camiseta promocional da Brahma, que patrocinou um show da banda no Peru. As câmeras da Globo, que transmitiam o evento, lutavam desesperadamente para não  mostrar a marca e fazer propaganda gratuita para uma concorrente da Heineken, a patrocinadora do Rock in Rio.
Isso é rebeldia? Muito triste se o discurso de Dinho e a atitude de Kiedis são o que o rock tem de melhor para mostrar hoje dia.

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