Tem-se como provável, no Supremo Tribunal Federal, que os ministros Joaquim Barbosa, relator, e Ricardo Levandowski, revisor, terminarão ainda no primeiro semestre de 2012 suas conclusões sobre os 39 réus do mensalão atualmente processados. As razões finais dos acusados foram apresentadas e o relator já se encontra trabalhando para sugerir a condenação ou a absolvição de cada um. Apesar dos prazos concedidos aos advogados dos mensaleiros para a última defesa, perante o pleno do STF, todos os esforços serão feitos para que tudo se conclua antes das eleições municipais de outubro do próximo ano. Menos pelo fato de que nenhum dos réus deverá concorrer a prefeito ou vereador, mais porque a suprema corte nacional de Justiça pretende desincumbir-se de uma questão iniciada em 2006.
Além de inócuo, é perigoso especular a respeito de sentenças judiciais. Os Meretíssimos abominam, principalmente quando a especulação se confirma. Ouve-se não haver unanimidade entre os dez ministros que, espera-se, logo serão onze, com a indicação pela presidente Dilma de quem substituirá Ellen Gracie, recentemente aposentada. Juízes julgam de acordo com a lei, não conforme os ventos que movem a opinião pública, mas se prevalecesse o sentimento popular a respeito do mensalão, não escaparia um só dos 39 réus. De Marcos Valério a Delúbio Soares, de José Dirceu a João Paulo Cunha e a Roberto Jefferson, seriam todos condenados. Cadeia? Suspensão de direitos políticos? Multas e devolução do dinheiro recebido irregularmente?
Será bom aguardar, agora que se aproxima a reta final. Tendo presente, no entanto, a esperança de que um dos maiores escândalos praticados à sombra do poder público não venha a ficar impune.
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