No começo do século passado havia na Sorbonne, em Paris, um monumental catedrático de Física, mestre dos mestres, o professor Lipmann. A ele cabia, todos os anos, dar a aula inaugural para os jovens estudantes da matéria.
Sem meias palavras, dirigia-se aos alunos enfatizando ter pena deles. Dó. Comiseração. Humilhava a todos indagando porque tinham escolhido estudar Física, porque a Física já estava pronta, arrumada, acabada e empacotada. Nada haveria mais a pesquisar e a descobrir.
Sem meias palavras, dirigia-se aos alunos enfatizando ter pena deles. Dó. Comiseração. Humilhava a todos indagando porque tinham escolhido estudar Física, porque a Física já estava pronta, arrumada, acabada e empacotada. Nada haveria mais a pesquisar e a descobrir.
Pobre professor Lipmann, que felizmente para ele morreu antes de saber da existência de Einstein, da Física Quântica, da Partícula de Deus e de tanta coisa a mais, descoberta e por descobrir.
Passa-se coisa parecida no PT, mesmo a gente resistindo à tentação de fulanizar o seu professor Lipmann. Entendem os atuais dirigentes do partido que nada mais existe para desenvolverem. Já chegaram ao poder, nele se instalaram e agora a palavra de ordem é conduzir o governo de acordo com suas concepções. Imobilizaram-se. E até aproveitam das benesses inerentes a quem conduz o processo político.
Jovens que se interessam em ingressar no PT são recebidos com a mesma arrogância e petulância do francês catedrático de Física. O partido está pronto, arrumado, acabado e empacotado. Não há mais metas a alcançar nem programas a engendrar. Muito menos uma sociedade a modificar. Seria bom que os companheiros seguidores do professor Lipmann tomassem cuidado. As próximas eleições poderão revelar novidades e descobertas profundas, no âmbito do partido.
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