A CONTA CHEGOU: BANQUEIROS INQUIETOS - O PIB da Grécia levará um tombo de 5% este ano; já caiu 4,5% em 2010; deve recuar outros 2% em 2012 -no mínimo. Esse é o condensado estatístico de uma regressão social e econômica resultante da aplicação do ajuste ortodoxo exigido pelos credores aos quais a Grécia deve 300 bi de euros. O purgante foi ministrado a ferro e fogo pela troika formada por FMI, BCE e Comissão Européia. Neste sábado, depois de um mês fazendo contas em Atenas, a santíssima trindade veio a pública reconhecer o que as ruas bradam há meses: o gigantesco fracasso do manual ortodoxo para resolver uma crise que ele ajudou a criar. A Grécia não melhorou, admitiu a troika; suas contas pioraram; estão cada vez mais frágeis; permanecerão assim, patinando na insolvência, por mais uma década. Alívio? Quem sabe em 2021. A explosiva confissão do fiasco veio acompanhada de dois recados, desta vez aos bancos credores: a) preparem-se para uma perda inevitável ('desconto') da ordem 60% do dinheiro aplicado em Atenas; b) façam um colchão de capital próprio para absorver esse impacto e seus desdobramentos no salve-se quem puder dos mercados. O recado impositivo foi entendido por alguns donos de banco como a evidência de uma guinada regulatória dentro da crise. Algo que Emilio Botín, dono do Santander, já havia pressentido dias antes quando, em reunião com seus pares, convocou a rebelião dos banqueiros: 'Parem o trem da regulação!', bradou. (LEIA MAIS)
(Carta Maior; Domingo, 23/10/ 2011)
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