segunda-feira, 31 de outubro de 2011

MATEMÁGICOS NUNCA APRENDEM

Do Blog do José Ilan.
Volto das férias ainda com Mickey e Donald na cabeça, e já me sinto o Pateta.
À minha espera, velhas e inacreditáveis previsões matemágicas…
São elas que asseguram: só um aborto da natureza tira o título de Corinthians, Vasco ou Botafogo. No caso, menos de uma chance em dez. Somados, Fluminense, Flamengo, Internacional, São Paulo e Figueirense têm só 9% de chances, contra 91% dos outros três.
Faltam seis rodadas, 18 pontos em disputa para cada um. A distância entre o líder Corinthians e o Figueirense (em oitavo, a quem se atribui 1% de chance), é de oito pontos. A distância para o Fluminense, quarto colocado (que tem só 5%) é de cinco pontos, que podem virar dois em apenas uma rodada. Mas se isso acontecer, é só mudar radicalmente as “contas” e a patetada vai aceitar. Prático, não?!
Precisa ser matemático pra isso?
Será que algum jogador, técnico, diretor ou torcedor dos três primeiros acredita estar diante de uma boa notícia? Ou mesmo que sequer esteja diante de uma… “notícia”? Duvido que sejam ingênuos a esse ponto. Será que alguém dos outros times ainda com chances se acha menos na disputa porque os “cálculos” dizem isso? Só se desembarcou neste planeta agora.
Matemática e futebol têm relação tão próxima e provável quanto água e óleo. Fazer previsões em cima de resultados e aproveitamento passados não é um critério. É uma desculpa. Tão oportunista quanto equivocada. O passado recente, com casos diversos, prova isso.
O Corinthians tem mais chance de ser campeão? Sim. Não porque até hoje venceu X jogos em casa e Y fora, não porque o aproveitamento passado seja garantia do futuro, nem porque o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos.
É favorito porque lidera a seis rodadas do fim, porque está em boa fase e porque tem uma tabela não muito espinhosa pela frente. Tem quantos por cento de ser campeão? Não sei. Nem eu, nem ninguém. Porque isso não é algo que possa ser medido, contado, quantificado.
Cabem opiniões e constatações. O Vasco vinha bem, o Fluminense também, o Flamengo caiu, o Figueirense subiu. Eu acho, tu achas, eles acham. Pode ser eu, você, teu primo, o porteiro, o taxista, minha cunhada ou um futurólogo dublê de matemático.
E este último é apenas mais um a opinar subjetivamente.
É proibido achar que um ou outro tem mais chances? Claro que não. O problema é querer botar uma embalagem bonita e confundir os chutes nossos de cada dia com matemática.
Vamos deixar a ciência do raciocínio lógico e abstrato fora disso.
A memória e as almas de Pitágoras, Platão, Arquimedes, Pascal, Einstein, Galileu e Newton agradecem.

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