PAULO VINICIUS COELHO.
O retorno de Felipão e Kleber e o término da dependência da Traffic fazem o Palmeiras sonhar.
LUIZ FELIPE SCOLARI volta hoje ao banco do Palmeiras, dez anos e um mês depois de sua despedida. Seu último jogo, a final da Libertadores de 2000, foi perdido para o Boca Juniors em 21 de junho daquele ano. Depois da derrota, a ruptura. Juntos, saíram Felipão, a Parmalat, os títulos.
O retorno marca a última chance de o projeto Muda Palmeiras fechar seu ciclo dando ao clube um pouco do que prometeu. Há 60 dias, parecia impossível ter mais uma chance. Que esperança havia, afinal, depois de fracassar com dois dos melhores técnicos do país -Luxemburgo e Muricy-, de se aliar à Traffic e de perder o Brasileirão 2009 mesmo depois de bancar a permanência de ídolos como Pierre, Diego Souza e Cleiton Xavier?
Tudo isso somado às derrotas no Paulistão e na Copa do Brasil de 2010 fazia do Palmeiras um clube à espera do fim do ano só para confirmar mais uma temporada de fracassos.
Felipão muda tudo.
Sua reestreia, três dias depois da vitória sobre o Santos, eleva a autoestima palmeirense e coincide com outras rupturas do clube. Com a Traffic, por exemplo. As saídas de Cleiton Xavier e Diego Souza deixam o elenco palmeirense com apenas um jogador da velha parceira: Lenny. Além dele, a Traffic só tem participação mínima no contrato do zagueiro Danilo.
O Palmeiras não rompeu formalmente com a Traffic nem pretende fazer isso. Mas se dá ao direito de não ter exclusividade com a empresa, mesmo porque a empresa jamais teve exclusividade com o Palmeiras. Um exemplo foi dado pela Traffic ao colocar o lateral Carlinhos no Fluminense, depois de o jogador ter acertado tudo para jogar no Parque Antarctica. Desde que Vanderlei Luxemburgo foi demitido, em junho de 2009, a Traffic não fez mais nenhum esforço pelo Palmeiras.
O Palmeiras, então, deu seu grito de independência. Contratou Kleber, fechou com Felipão, tem chance de trazer Valdivia de volta. Tudo com suas próprias pernas. Isso não esconde que a gestão Belluzzo destruiu o clube politicamente. A seis meses das eleições, o Palmeiras continua em pé de guerra. Mas...
Mas há dois meses, seria um delírio imaginar o Palmeiras lutando para ser campeão brasileiro. Hoje, é um sonho difícil de ser realizado. Há dois meses, o Palmeiras contava dias, no calendário, à espera do final do mandato de Belluzzo. Hoje, Felipão está de volta. Talvez nem ele saiba quanto isso representa para o Palmeiras.
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