sábado, 18 de setembro de 2010

É PRECISO INVESTIGAR

Por Carlos Chagas
Erenice Guerra foi demitida, apesar de ter assinado o pedido de exoneração levado por Gilberto Carvalho e Franklin Martins, mas agora é que deveriam começar as investigações. Em primeiro lugar, torna-se necessário saber quando seus dezessete parentes entraram para o serviço público: só depois dela haver assumido a chefia da Casa Civil ou antes, quando era assessora de Dilma Rousseff? Quem sabe até quando exercia a consultoria jurídica no ministério de Minas e Energia? Nesse caso, a antes ministra e hoje candidata presidencial sabia do furor da amiga em nomear marido, filhos, irmãs e irmãos, sobrinhos e papagaios para a máquina estatal? É preciso investigar, também, se a família Guerra trabalhava ou simplesmente valia-se da força da patriarca para faltar ao trabalho e auferir vencimentos.
Em seguida deve-se passar do geral para o particular: quantas operações foram desenvolvidas pela empresa de seus filhos, traficando a influência da mãezona e obtendo de empresas públicas e da administração direta vultosos contratos com empresas privadas? Estas, beneficiadas, é preciso identificar. Contribuíram com que valores no ítem “cláusula de sucesso” para o bolso da família? Foram muitas ou poucas vezes que dirigentes de empresas privadas eram levados à presença de Erenice, só para saberem quem realmente geria os negócios?
Estamos diante de um poço aparentemente sem fundo, tornando-se impossível vedá-lo só porque foi descoberto, como em tantos outros episódios anteriores. E não se diga que tudo aconteceu apenas no governo Lula, porque buraco ainda maior foi aberto e tapado no governo Fernando Henrique, com as privatizações.

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