Por Carlos Chagas.
Culpada ou inocente, Erenice Guerra entra no rol de ex-ministros e altos auxiliares do presidente Lula que, acusados de irregularidades, não se demitiram no primeiro momento. Nem foram demitidos, servindo de alvo para adversários até que o desgaste os defenestrasse implacavelmente. José Dirceu, Luiz Gushiken e Antonio Palocci, além de Delúbios e penduricalhos, deixaram-se fritar até a frigideira explodir. Melhor teriam feito, em defesa do presidente Lula, se tivessem pedido as contas ao primeiro sinal de denúncias. O mesmo acontece com a atual chefe da Casa Civil, apoiada no vasto coração do chefe. Pior para todos.
A pergunta é se a permanência de Erenice ajuda ou atrapalha a candidatura de Dilma Rousseff. Pelo jeito, o presidente Lula acrescenta novo argumento ao seu sentimento de complacência: julga melhor para a candidata que sua sucessora permaneça na Casa Civil. Pode estar enganado, como das vezes anteriores. Como coordenadora da administração federal, Erenice não apenas desgasta-se. Desgasta o conjunto, de resto inexpressivo, com as exceções de sempre. O chefe do governo perdeu excelente oportunidade de compor um ministério de primeiro time, logo depois da desincompatibilização dos ministros candidatos às eleições do dia 3. Optou por tirar os reservas do banco, inclusive na Casa Civil. Nada que ofusque sua popularidade, ao menos por enquanto, mas uma decisão responsável por privá-lo de conselhos essenciais para levar ao fim seus oito anos de mandato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário