Por Carlos Chagas.
Com todo o respeito, mas não há de ser com José Sarney, do PMDB, na presidência do Senado, e com Candido Vacarezza, do PT, na presidência da Câmara, que algo de novo acontecerá no Congresso, na Legislatura a se iniciar ano que vem. Ambos, com as devidas homenagens, são egressos dos longos anos de acomodação do Legislativo aos interesses de seus integrantes. Deles não se poderá esperar, por exemplo, que Câmara e Senado trabalhem de segunda a sábado, que mordomias variadas venham a ser suprimidas ou que senadores e deputados continuem vivendo um regime onde trabalhar só é permitido em causa própria.
A renovação não chegou à metade das cadeiras nas duas casas do parlamento nacional, mas seus novos integrantes chegam conduzidos por um sentimento contrário á rotina das benesses e facilidades verificadas há décadas.
Dada a divisão das forças tradicionais que dominam o Legislativo, é possível que os novos busquem unir-se em favor da mudança de hábitos e costumes viciados. Por que não Aécio Neves, Pedro Simon ou alguém capaz de inverter as práticas usuais no Senado, para presidi-lo? Na Câmara, apesar de Tiriricas e Romários, elegeram-se deputados da renovação, até o proporcionalmente mais votado no país, Antonio Reguffe, que por quatro anos, na Câmara Legislativa de Brasília, implodiu o fisiologismo e a bandidagem ao recusar todas as vantagens inerentes ao cargo de deputado distrital?
Sonhar ainda não foi proibido, mesmo sonhos de noite de verão ainda na primavera. Senão os nomes aqui lembrados, por que não outros com propostas semelhantes?
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