Para “Tropa de Elite 2”, problema da segurança se limita a corrupção.
Ao lançar “Tropa de Elite 2”, o cineasta José Padilha manifestou a expectativa que seu filme estimule um debate sobre segurança no país.“O Fernando Henrique não fez nada na questão da segurança pública. O Lula tinha um ótimo plano, mas nunca o implementou. E os candidatos não falam do problema da segurança pública. Se o filme fizer os candidatos tocarem nessa questão, eu me sinto feliz”.
Parece pretensioso – e é. Mas Padilha tem bons motivos para acreditar que o filme vai entrar na agenda eleitoral. Lançado com mais de 600 cópias a três semanas do segundo turno presidencial, com maciço apoio da Globo Filmes, o que implica em divulgação laudatória em todos os veículos do grupo, “Tropa de Elite 2” tem tudo para se tornar “um assunto” desta eleição.
Numa disputa marcada por pouco debate programático, muita troca de acusações e, agora, um viés religioso, seria altamente positivo que o tema da segurança pública fosse discutido com algum rigor pelos dois candidatos presidenciais.
O problema, a meu ver, é que “Tropa de Elite 2” oferece poucos subsídios para esta discussão. Como já foi largamente informado, o filme mostra a “evolução” do capitão Nascimento (Wagner Moura), de feroz comandante do Bope a assessor do secretário de Segurança do Rio. Nesta transição, Nascimento, agora coronel, entende que o problema do tráfico de drogas não se resolve com a invasão de favelas.
É um avanço e tanto. Nascimento descobre que os traficantes estão sendo substituídos por milícias, formadas por policiais, com apoio de políticos, interessados nos lucros monetários e eleitorais da “pacificação” das favelas. O coronel chama isso de “sistema” e o filme vai mostrar como ele se insurge contra este estado de coisas.
Na visão retratada por Padilha ao longo de quase duas horas tudo se resume a corrupção. O “sistema” está podre, defende “Tropa de Elite 2”. Se é verdade, o que discutir então? O que Padilha espera de Dilma e Serra ao apresentar uma olhar tão simplificado do problema?
“Tropa de Elite 2” é feito para provocar catarse, indignação, com a “podridão” do “sistema”. Magnificamente produzido e dirigido, com excelentes atuações de Wagner Moura e Irandhir Santos, certamente vai levar multidões aos cinemas, mas não creio que ajudará muito em qualquer discussão mais séria sobre o assunto.
Parece pretensioso – e é. Mas Padilha tem bons motivos para acreditar que o filme vai entrar na agenda eleitoral. Lançado com mais de 600 cópias a três semanas do segundo turno presidencial, com maciço apoio da Globo Filmes, o que implica em divulgação laudatória em todos os veículos do grupo, “Tropa de Elite 2” tem tudo para se tornar “um assunto” desta eleição.
Numa disputa marcada por pouco debate programático, muita troca de acusações e, agora, um viés religioso, seria altamente positivo que o tema da segurança pública fosse discutido com algum rigor pelos dois candidatos presidenciais.
O problema, a meu ver, é que “Tropa de Elite 2” oferece poucos subsídios para esta discussão. Como já foi largamente informado, o filme mostra a “evolução” do capitão Nascimento (Wagner Moura), de feroz comandante do Bope a assessor do secretário de Segurança do Rio. Nesta transição, Nascimento, agora coronel, entende que o problema do tráfico de drogas não se resolve com a invasão de favelas.
É um avanço e tanto. Nascimento descobre que os traficantes estão sendo substituídos por milícias, formadas por policiais, com apoio de políticos, interessados nos lucros monetários e eleitorais da “pacificação” das favelas. O coronel chama isso de “sistema” e o filme vai mostrar como ele se insurge contra este estado de coisas.
Na visão retratada por Padilha ao longo de quase duas horas tudo se resume a corrupção. O “sistema” está podre, defende “Tropa de Elite 2”. Se é verdade, o que discutir então? O que Padilha espera de Dilma e Serra ao apresentar uma olhar tão simplificado do problema?
“Tropa de Elite 2” é feito para provocar catarse, indignação, com a “podridão” do “sistema”. Magnificamente produzido e dirigido, com excelentes atuações de Wagner Moura e Irandhir Santos, certamente vai levar multidões aos cinemas, mas não creio que ajudará muito em qualquer discussão mais séria sobre o assunto.
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