A impressão foi de um bate-boca entre o Joãozinho e o Juquinha. Se quiserem, entre dona Mariquinhas e dona Maricota. Falamos do primeiro debate do segundo turno entre Dilma Rousseff e José Serra. Os mesmos chavões, as mesmas propostas, ainda que em decibéis mais agudos.
Tudo organizado para um show daqueles da década de cinqüenta, tanto faz se “Espetáculos Tonelux” ou “Noites do Ponto Frio”, com direito a orquestra e apresentação dos candidatos como num programa de calouros. Felizmente o mediador, Ricardo Boechat, evitou transformar-se no Chacrinha ou no Flávio Cavalcanti. Manteve-se sóbrio, sem exageros, deixando as baixarias para os convidados.
Dilma agrediu, passando da defesa ao ataque. No começo, Serra caiu na armadilha, mas, fora as acusações mútuas de duas caras ou de mil caras, acima e além do uso continuado do verbo tergiversar e de pegadinhas sobre os telefones celulares e os “orelhões”, pouco conteúdo sobrou para esclarecer quem se dispôs a ficar acordado até depois da meia-noite.
Pela primeira vez num debate o candidato tucano valeu-se do governo Fernando Henrique, citado nominalmente algumas vezes como base das realizações do governo Lula. Dilma rebateu acusando o sociólogo de tentar a mudança de nome da Petrobrás para Petrobrax, mas viu o Lula ser atacado por privatizar dois bancos estatais, no Pará e no Maranhão. Serra anunciou que, eleito, irá “estatizar” a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, os Correios, o BNDES, a Vale do Rio Doce e outras empresas transformadas pelo governo Lula em cabide de emprego para companheiros.
Registre-se, também, a sutil acusação de Serra contra a adversária que, no passado, teria dito duvidar da existência de Deus, mas hoje apresenta-se como uma beata, segundo o tucano. No mais, um amontoado de chavões e falsas promessas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário