quinta-feira, 4 de agosto de 2011

5º FEIRA, ENSAIO DE CRACK: NEOLIBERALISMO FISCAL NOS EUA SINALIZA RECESSÃO E GERA PÂNICO NAS BOLSAS. - “ Bolsas de valores precificam a recessão contratada pelo arrocho fiscal norte- americano e despencam assustadoramente em todo o mundo. Quedas se aproximam do mergulho registrado no colapso de 2008 e 2009. Em menos de uma semana, US$ 2,7 trilhões em riqueza financeira --valor superior ao do PIB brasileiro-- perderam-se com a desvalorização das ações. Ordens de vendas de papéis amontoam-se em sucessivos disparos dos mecanismos de ‘stop-loss' aprofundando a espiral da desvalorização. Pânico é a palavra que voltou a circular no noticiário para descrever o sentimento nas praças do mundo nesta 5º feira. A zona do euro aos poucos vai se transformando em uma enorme Grécia nas mãos da incerteza e da especulação. Fundos de investimentos querem juros cada vez maiores para financiar a dívida pública da Espanha e da Itália. Trichet, o ortodoxo presidente do BCE, hesita em liberar recursos para aquisição maciça de títulos dos dois países,deixando que os preços se formem ao sabor das rajadas especulativas. Age com a mesma prontidão e o discernimento do presidente Herbert Hoover nos EUA, em 1929, que delegou aos mercados a tarefa de ‘purgar’ a desordem intrínseca ao seu metabolismo. O resultado é sabido. O imobilismo catatônico de um burocrata como Trichet, embebido em submissão funcional e dutrinária aos mercados, reflete um vácuo de liderança política que nos EUA levou a ascendência do Tea Part sobre a agenda de Obama. E ameaça agora empurrar o mundo para um repiquete do colapso de 2008. Ou algo pior. O discernimento político recomenda que a Presidenta Dilma reforce as linhas de defesa do país esboçadas no pacote 'Brasil Maior'. É forçoso ir além da agenda pontual. Passa da hora de uma negociação estratégica com sindicatos, movimentos sociais, lideranças políticas e empresariais para lastrear iniciativas de maior abrangência na esfersa monetária e cambial. A defesa do mercado interno ante a perspectiva de uma nova contração turbulenta na esfera inernacional cobra um esforço de consenso político em torno de duas salvaguardas: a redução dos juros e a centralização cambial que evite a ação de fluxos especulativos no ambiente econômico nacional. Hoje a Turquia, que tem uma das taxas de juros mais altas do mundo (6,25%), ainda assim quase a metade da Selic, decidiu em reunião de emergência cortar em meio ponto o juro básico do país. A ver. (Carta Maior; 5ª feira, 04/08/ 2011)

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