Por Gilberto Dimenstein, da Folha de São Paulo.
Mais uma vítima num bairro nobre de São Paulo de atropelamento provocado, segundo testemunhas, pela combinação de alta velocidade e álcool agora, uma professora da PUC (Maria Angelica Victoria), respeitada no mundo acadêmico. Será que os selvagens vão vencer?
Estou convencido de que, pela primeira vez, está se formando uma consciência sobre o massacre e uma disposição de sair do campo das intenções.
Jovens de classe média fazem mobilizações pelas ruas, motivados pela morte de amigos. A prefeitura de São Paulo iniciou na semana passada uma ofensiva para multar quem desrespeita a faixa de pedestre. A imprensa passou a dar atenção ao assunto.
Meu razoável otimismo está baseado no fato de que, a partir de agora, entre as várias formas de avaliar um prefeito, estará a contabilidade de mortes do trânsito, no geral, e atropelamentos, em particular.
Está em jogo a civilidade de toda uma cidade. Não é apenas selvageria, mas covardia um objeto de uma tonelada, feito de aço, atacar seres humanos desprotegidos.
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