VINICIUS MOTA
Que inveja do Congresso brasileiro. Comentários assim circularam nas conversas entre jornalistas americanos aqui instalados e colegas nos EUA. Referiam-se ao impasse na Câmara e no Senado que quase levou a Casa Branca a suspender pagamentos de contas.
Aventar a suposta disfuncionalidade da política americana agora é lugar-comum. Justifica a baixa na nota de bom pagador do país ou os ataques aos republicanos, na série infinita de discursos de Barack Obama que já ameaça Fidel Castro no quesito "quando há pouco a fazer, o jeito é falar".
Em contraste com o norte-americano, o presidencialismo brasileiro parece mais apto a responder de pronto às ameaças na economia. Já vem com maioria no Congresso.
É pequena a diferença de composição entre as forças que apoiaram o confisco da poupança sob Collor; as privatizações, o câmbio anabolizado e a liberalização sob FHC; e o programa anticrise que fez saltar o gasto permanente do governo e os empréstimos estatais sob Lula.
Um núcleo robusto de parlamentares -de partidos que hoje por acaso se chamam PMDB, PR, PTB, PDT, PP e o PSD nascituro- está sempre a postos para cumprir, mediante compensações, os desígnios do Planalto. Basta que a força vencedora da eleição presidencial se acople a esse "centrão" para dominar o Congresso.
Não existe essa hipótese nos EUA. Presidentes cujo partido perde na eleição a maioria na Câmara ou no Congresso têm de conviver com esse fato ao longo de dois, quatro, seis ou até oito anos. Bill Clinton, George W. Bush e Obama, para citar os três últimos, enfrentaram o domínio parlamentar da oposição em parte de seus mandatos.
Quer dizer que a solução para os EUA é o PMDB? Bem, podemos pensar em exportar nosso bastião da "governabilidade" e seus satélites. O FBI vai ter trabalho, mas a Casa Branca pode conquistar seus 15 minutos de sossego na economia.
Que inveja do Congresso brasileiro. Comentários assim circularam nas conversas entre jornalistas americanos aqui instalados e colegas nos EUA. Referiam-se ao impasse na Câmara e no Senado que quase levou a Casa Branca a suspender pagamentos de contas.
Aventar a suposta disfuncionalidade da política americana agora é lugar-comum. Justifica a baixa na nota de bom pagador do país ou os ataques aos republicanos, na série infinita de discursos de Barack Obama que já ameaça Fidel Castro no quesito "quando há pouco a fazer, o jeito é falar".
Em contraste com o norte-americano, o presidencialismo brasileiro parece mais apto a responder de pronto às ameaças na economia. Já vem com maioria no Congresso.
É pequena a diferença de composição entre as forças que apoiaram o confisco da poupança sob Collor; as privatizações, o câmbio anabolizado e a liberalização sob FHC; e o programa anticrise que fez saltar o gasto permanente do governo e os empréstimos estatais sob Lula.
Um núcleo robusto de parlamentares -de partidos que hoje por acaso se chamam PMDB, PR, PTB, PDT, PP e o PSD nascituro- está sempre a postos para cumprir, mediante compensações, os desígnios do Planalto. Basta que a força vencedora da eleição presidencial se acople a esse "centrão" para dominar o Congresso.
Não existe essa hipótese nos EUA. Presidentes cujo partido perde na eleição a maioria na Câmara ou no Congresso têm de conviver com esse fato ao longo de dois, quatro, seis ou até oito anos. Bill Clinton, George W. Bush e Obama, para citar os três últimos, enfrentaram o domínio parlamentar da oposição em parte de seus mandatos.
Quer dizer que a solução para os EUA é o PMDB? Bem, podemos pensar em exportar nosso bastião da "governabilidade" e seus satélites. O FBI vai ter trabalho, mas a Casa Branca pode conquistar seus 15 minutos de sossego na economia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário