Por Antero Greco.
Meses atrás, na dividida que resultou na demissão do técnico Dorival Júnior, não faltou quem enxergasse em Neymar um monstro embalado e mimado na Vila Belmiro. O chilique do rapaz foi visto como sinal de temperamento descontrolado, irrecuperável. O momento de explosão e de reconhecida má educação poderia levá-lo à internação em alguma instituição correcional, se dependesse da vontade de algumas pessoas que não suportam ver um jovem em destaque. Ele perdeu até uma convocação para a seleção de Mano Menezes.
Meses atrás, na dividida que resultou na demissão do técnico Dorival Júnior, não faltou quem enxergasse em Neymar um monstro embalado e mimado na Vila Belmiro. O chilique do rapaz foi visto como sinal de temperamento descontrolado, irrecuperável. O momento de explosão e de reconhecida má educação poderia levá-lo à internação em alguma instituição correcional, se dependesse da vontade de algumas pessoas que não suportam ver um jovem em destaque. Ele perdeu até uma convocação para a seleção de Mano Menezes.
Pois Neymar provou, na noite desta segunda-feira, que está a transformar-se num monstro da bola – e com categoria para devastar defesas rivais. A joia santista arrasou na estreia do Brasil no Sul-Americano Sub-20, em Tacna, Peru. Não só por ter feito todos os gols da turma amarelinha, nos 4 a 2 sobre o Paraguai. E olha que já por aí mereceria elogios retumbantes.
Mas foi além: chamou o jogo pra si, comportou-se como líder, como jogador que resolve, quando percebeu que alguns companheiros perdiam a cabeça – Zé Eduardo e Henrique foram expulsos e colocaram em risco a exibição inicial da equipe de Ney Franco. Sorte que Neymar estava em campo. Atrevido, moleque e consciente de sua extraordinária qualidade, foi pra cima dos paraguaios e fez a festa. Marcou de tudo quanto foi jeito: de pênalti, em dividida com goleiro, driblando zagueiros incautos ou por cobertura.
Há quem não goste da dicção de Neymar, ou de seu vocabulário de moço pouco letrado. Já vi gente torcendo o nariz para os cortes de cabelos próprios da rapaziada ou para os óculos escuros, os brincos e outros badulaques com os quais se exibe. Evidente que aumenta as hordas de quem só enxerga nele um pós-adolescente mascarado e deslumbrado.
Pra mim, deslumbrante mesmo é o futebol de Neymar. Dias atrás, ele afirmou, todo pimpão, que seu estilo se assemelharia mais ao de Garrincha do que ao de Pelé. Pelo visto, o Anjo das Pernas Tortas o cobriu de bênçãos. Que assim seja para sempre.
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