segunda-feira, 1 de agosto de 2011

CONFIANTES PARA 2011

RUY CASTROArtigo da jornalista Gail Scriven, no argentino "La Nación", faz um apanhado de certos episódios de 2011. Parcial, mas suficiente para nos alertar sobre a vulnerabilidade das potestades neste ano. Ninguém está a salvo. Seja um continente, país, ditador, magnata ou rei da cocada preta de repente, todos podem passar de sujeitos a objetos da história. E 2011 ainda está pela metade.
Começa pelo inconcebível, mas possível calote dos EUA, com a crise do euro, que está derrubando as economias europeias e, por seu turno, a, idem, inimaginável ascensão da América Latina como uma ilha de estabilidade, pronta a acolher os ricos náufragos que chegam agarrados a boias e quilhas.
Continua com a Noruega, tradicional paraíso da tolerância onde, nos últimos 60 anos, a pior desgraça foi um tombo de sua patinadora Sonja Henie numa pirueta na pista de gelo, ensanguentada pelos tiros de um boçal neonazista. E com a suspeita de que essa boçalidade seja apenas a ponta de um racismo crescente na Europa.
Segue com o desmascaramento de Rupert Murdoch e de seu império jornalístico, com os apertos por que têm passado o espanhol Zapatero, o francês Sarkozy, o inglês Cameron e o italiano Berlusconi, todos se enforcando na própria corda, e com a desinfecção de Tunísia e Egito, com ditadores postos para correr pelo povo, e profilaxia semelhante, embora ainda incompleta, no Iêmen, na Líbia, na Síria e na Arábia Saudita.
Conclui com a morte de Osama bin Laden, a doença de Hugo Chávez (que, enfim, o calou por algum tempo) e o rebaixamento de Dominique Strauss-Kahn a ex-nº 1 do FMI, por não ter conseguido manter o periquito na gaiola. Enfim, 2011 não está de brincadeira.
Gail escreveu de véspera, donde não viu Santos x Flamengo. Tivesse visto, saberia por que, por aqui, estamos confiantes.

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