Por Carlos Chagas
Complacente, tolerante, leniente? Talvez a razão lhe pertença. Falamos do presidente Lula. Afinal, o Brasil é assim, como ele, faz muito tempo. Do que a Constituição mais cuida senão dos direitos do cidadão? De deveres, nem pensar.
Só que agora estouraram todos os limites. Exige medidas cirúrgicas a lambança encenada pela Receita Federal nos episódios de quebra do sigilo fiscal de um bando de tucanos, incluída a filha do candidato José Serra. Para começar, a demissão do secretario, até do ministro da Fazenda, seu chefe. Mais ainda, há que identificar os interessados nessa inadmissível intromissão na vida privada dos adversários, envolvendo falsificação de documentos e de assinaturas. Se forem do PT, como os antigos “aloprados”, paciência. Pau neles. O que não dá é ver o governo tergiversando, inventando versões fantasiosas como a de que tudo não passa de uma briga interna no PSDB. Ou a de que ninguém sabia de nada.
Desde a primeira posse que o Lula hesita em punir auxiliares flagrados em ilícitos variados. Até nisso segue o exemplo do antecessor, Fernando Henrique, levando o país a ter saudades do Itamar Franco, aquele que primeiro demitia para mandar ministros e altos funcionários se defenderem, depois. Para o atual presidente, o mensalão jamais aconteceu, como agora a Receita Federal merece toda a sua confiança porque é séria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário