sexta-feira, 3 de setembro de 2010

GOL CONTRA

Por Carlos Chagas
Trata-se de monumental exagero acusar Dilma Rousseff e seus chefes de campanha de envolvimento no escândalo da quebra dos sigilos fiscais, mas a pergunta surge de imediato: eleita, ela manterá a mesma postura leniente, tolerante e complacente do seu chefe?
Quando um jogador de futebol faz gol contra, é vaiado e marcado pela torcida. Se ficar comprovado que agiu de má-fé, comprado pelo adversário, acaba expulso do clube. Por que nada acontece com advogados que trabalham contra o cliente? Quando prejudicam deliberadamente aquele que o constituiu?
É o caso dos advogados da coligação “O Brasil Pode Mais”, que esta semana protocolaram no Tribunal Superior Eleitoral representação contra Dilma Rousseff, argüindo sua inelegibilidade sob alegação de envolvimento no escândalo da quebra do sigilo fiscal de tucanos ligados à campanha de José Serra.
Seria cômico se não fosse trágico assistir profissionais de reconhecida competência pleitearem tamanho absurdo. Serra, se tivesse tido conhecimento antecipado da representação, certamente mandaria demiti-los. Porque expuseram o candidato ao ridículo. Nenhum estudante de Direito acataria o pedido, quanto mais os ministros da mais alta corte eleitoral do país.
Pelo contrário, quantos eleitores antes propensos a votar no candidato do PSDB terão mudado de opinião ao verificar os extremos a que chega o desespero político. Se José Serra quer derrotar a adversária, tem que ser nas urnas, jamais no tapetão...

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