Não é sempre que se encontra alguém que tenha ido tão alto e tão baixo como João Carlos Martins. De mundialmente renomado pianista, ele se enredou no lamaçal da politica e, para completar, perdeu o movimento das duas mãos. Não foram poucas as vezes que o suicídio lhe pareceu uma alternativa sensata.
Ele se refez como maestro-educador. Montou com dinheiro privado sua orquestra, chamando jovens da periferia. Levou a música erudita para os bairros mais pobres, numa mistura entre a rua e as salas de concerto. Aprendeu que, mesmo sem as mãos, podia se sentir ainda melhor.
Com sua orquestra, ele conseguiu arrancar elogios da crítica quando, no ano passado, tocou em Nova York. Mas isso muita gente consegue. Difícil mesmo fazer o erudito dançar na avenida -isso só um educador consegue.
Paulo Whitaker/Reuters | ||
Pianista e maestro João Carlos Martins, homenageado pela Vai-Vai. |
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