quarta-feira, 11 de maio de 2011

PREFEITOS NA FRIGIDEIRA

Por Carlos Chagas
Pelo menos mil dos 5.590 prefeitos de todo o país estarão hoje em Brasília, de chapéu na mão,  para mais um apelo ao governo federal. Estão, com raras exceções,  com a corda no pescoço, especialmente os do  PT e do PMDB, aqueles que ostensivamente apóiam a presidente Dilma Rousseff. Dentro de poucos meses abrir-se-á em seus municípios a temporada para as eleições do  ano que vem e,  pelas informações de que os prefeitos dispõem, as coisas  vão  mal. Os alcaides andam na baixa, em termos de popularidade. Pouco puderam fazer, desde que   empossados, para cumprir suas promessas de campanha, prevendo-se sensíveis    derrotas tanto para os  candidatos  à reeleição quanto para os dispostos a fazer o sucessor. Ainda haverá tempo para virarem  o jogo, desde que ajudados financeiramente pelo  poder central.  Os oposicionistas pegarão carona no lamento dos governistas, daí a idéia da Marcha Sobre Brasília. Estão atentos aos rumores de que o palácio do Planalto lançará  nova campanha social, desta vez “Água para Todos”, iniciativa capaz de beneficiá-los, já que as obras ficarão a cargo dos municípios, desde que irrigados com recursos federais.
Dizia o dr. Ulysses que ninguém mora na União nem nos estados. O cidadão mora no município, para onde volta suas necessidades e suas  críticas. À exceção das grandes capitais, conhece o  prefeito,   é vizinho  dele e recebeu de viva voz apelos para elege-lo. Por isso, detém a prerrogativa da cobrança direta. Pela lógica, os prefeitos dependem dos governadores, mas faz séculos que fora alguns privilegiados, a maioria não recebe as atenções  devidas. Assim, de quando em quando, eles decidem  queimar etapas, dirigindo-se diretamente ao presidente da República.

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