BLOG DO DENI MENEZES - O Repórter de oito Copas do Mundo.
A noite de esplendor e festa desta terça-feira 7 de junho de 2011 marca a despedida de Ronaldo do futebol. Por isso, o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, na região quase central do Pacaembu, na capital de São Paulo, estará lotado e tributará a um dos grandes atacantes a homenagem que merece pela história bonita que soube fazer em todos os clubes de sua carreira.
Ronaldo Luiz Nazário de Lima, carioca, nascido em Bento Ribeiro, subúrbio da Zona Norte do Rio, em 22 de setembro de 1976, começou pouco antes de completar 16 anos no time juvenil do São Cristóvão, onde foi descoberto por Jairzinho, seis anos antes artilheiro da seleção na Copa de 70 no México. No estádio da Rua Figueira de Melo há uma inscrição: “Aqui nasceu o Fenômeno”.
Ronaldo tornou-se profissional no Cruzeiro, em 1993, campeão mineiro. No ano seguinte foi negociado com o PSV Eindhoven e ganhou a Copa da Holanda. Com atuações de alto nível e gols notáveis, veio a projeção que lhe valeu a transferência para o FC Barcelona, onde foi campeão da Copa do Rei da Espanha. Um ano depois, uma nova mudança, para a Internazionale de Milão, e a seguir para o Milan.
Ronaldo conseguiu, com simpatia e simplicidade, ser querido em quatro clubes importantes que nutrem grande paixão e rivalidade entre os torcedores. Foi ídolo no Barcelona e no Real Madrid, relembrando Evaristo - outro supercraque brasileiro que também vestiu as duas camisas nos anos 50 – e depois na Inter e no Milan, com exibições e gols que deixaram saudade no estádio de San Siro.
Reserva na Copa de 94, apesar da insistência de D. Geni – mãe de Parreira -, que pedia “Põe o Ronaldinho”, vice-campeão em 98, quando quase não disputou a final com a França por causa de uma convulsão que sofreu no hotel, horas antes do jogo, só conseguiu a consagração em 2002, afinal campeão do mundo. Fez oito gols, incluídos os dois da decisão (2 a 0) com a Alemanha, em Yokohama, no Japão.
Ronaldo estreou na seleção em 94, em Recife, substituindo Bebeto nos onze minutos finais do amistoso com a Argentina, no estádio do Arruda. Marcou 67 gols em 104 jogos, com 73 vitórias, 9 derrotas, 22 empates. Não fez gol em 13 jogos, como na final da Copa de 98 que o Brasil, vice-campeão do mundo pela segunda vez, depois de onze Copas, perdeu (3 a 0) para a França, no estádio de Saint Denis.
Ele ganhou ontem um relógio de ouro com a inscrição “Obrigado, Ronaldo” e o escudo da Confederação Brasileira de Futebol. Confessou estar emocionado e ansioso: “Não consigo deixar de ficar nervoso e, sinceramente, eu estou tremendo de medo”. Disse que gostaria de se despedir fazendo um gol: “Já pedi aos companheiros: caiam na área porque se o árbitro marcar pênalti eu vou bater”.
Ronaldo admite que “todos os jogadores devem estar aprontando alguma surpresa”. Segundo ele, não é fácil controlar a emoção, mesmo com tanta experiência. Ele disse que tomou antiinflamatórios para suportar os 15 minutos finais do primeiro tempo em que vai jogar. E provocou uma gargalhada geral na sala de entrevistas,ontem, quando perguntou aos jornalistas: “Vocês não estão me achando mais magro, não?”
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