O rendimento médio real do trabalhador brasileiro nas seis regiões metropolitanas subiu 1,1% em maio e atingiu R$ 1.566,70. É o melhor mês de maio da série do IBGE, iniciada em março de 2002. O mesmo desempenho recorde ocorreu no nível de ocupação da mão de obra disponível na economia. Em maio, 53,6% dela estava trabalhando nas seis regiões metropolitanas. De novo, é o melhor maio da série histórica iniciada em março de 2002. A resistência do mercado de trabalho poderá servir de argumento à agenda rentista que pleiteia novas altas dos juros, embora os sinais de deflação colhidos por diferentes índices de preços desaconselhem essa medida. O estoque de argumentos rentistas inclui ainda a demonização do reajuste do salário mínimo previsto para 2012, que pode girar em torno de 12%. Para conter eventuais pressões de demanda daí resultantes, já há no mercado financeiro uma nova bandeira: elevar a Selic a 13% até dezembro, o que implicaria uma taxa real de juro da ordem de 8%. Nenhuma atividade produtiva vale a pena se dá para ganhar 8% líquidos sem fazer nada, apenas aplicando em títulos do Tesouro. Outro efeito desse torniquete rentista manifesta-se na asfixia da capacidade de investimento do Estado. Em maio, por exemplo, embora o Tesouro tenha feito um resgate líquido de R$ 6,14 bilhões em títulos vencidos (portanto, sem colocar novos papéis para captar recursos junto ao mercado) ainda assim a dívida interna cresceu em R$ 18,3 bilhões por conta da acumulação de juros. Em um mês, acumulou-se com juros um gasto superior a um ano de Bolsa Família. Vai por aí a coisa. (Carta Maior; 4º feira,22/06/ 2011)
Nenhum comentário:
Postar um comentário